Nos porões da vida

"parafraseando Shakespeare, e toda licença do mundo: ser ou não ser, eis a questão.

ser o que sou e saber que meus demônios me acompanham; não se trata da metafísica - nada sobrenatural, eu garanto.

É impulsividade que circula no sangue, junto das proteínas, açúcares, gorduras, enzimas, vitaminas e hormônios.

Colérico as vezes ou, quase sempre eu sei, pois a conheço bem: sai dos porões - sobrevoa, subindo e descendo as escadas do peito; apertam meu coração a ponto de querer estrangular o pobre coitado

Não é falha moral, longe disso. É imperfeição, somente; de certa forma, melhor assim -, pois, a perfeição, seria um martírio.

Esse enguiço, é briga contínua, quando dou por mim...

Por outro lado, lá no outro significar: é também, impulsor de meus desejos e alegrias

Ah o equilíbrio!, as vezes, passa raspando sobre minh'alma e avisa-me dos limites - glorifico a todos os céus e firmamentos da razão -

Encerro, parafraseando Nietzsche: sou humano, demasiadamente humano."

Diálogo
Enviado por Diálogo em 27/11/2019
Reeditado em 27/11/2019
Código do texto: T6805361
Classificação de conteúdo: seguro