AS PEDRAS

... as pedras existem em certos lugares. Duas existiam, lado a lado, numa vastidão de pedras...sem árvores, sem água...entre o sol e a lua...pedras. E se o vento, a água, o sol... o vento, a água, o sol... o vento, a água, o sol... lhe dão formas, formas que jamais virão de dentro...dentro das pedras tudo é pedra e a pedras, se não falam, se não ouvem, se não vem, não se transformam por si mesmas. Sem consciência de si, existem...uma ao lado da outra, como pedra, sendo pedra e sem saber de si.

mas, longe dali...existe uma pedra. Sem outras pedras, que mesmo que não fizessem falta, não deixavam de ser pedras ausentes, ou melhor, deixa esta uma pedra entre coisas que não são pedras. Sendo pedra entre coisas extranhas...as coisas extranhas não sendo pedra...não tendo vida de pedra não se comportam como pedra... mas, extranhamente, sem extranharmos, falam com as pedras...as pedras não falam, não ouvem, não veem, mas as coisa extranhas não são pedras, são extranhas...extranhamente ouvem o que não fala, o que não vê, o que não ouve... as coisas extranhas, extranhamente...ao lado da pedra.