Pedimos para nascer, sim

Somos espíritos imortais, em evolução constante. Como a pureza de espírito, que é o nosso destino, é impossível de ser atingida em uma só existência física, as passagens sucessivas pelo mundo físico, através da reencarnação, nos possibilitarão alcançar este objetivo determinado por Deus, o nosso Criador. Na sequência das existências, evoluímos passo a passo – cada um a seu ritmo, conforme as decisões que formos tomando com a utilização do nosso livre-arbítrio.

Quando não estamos encarnados no mundo físico, portanto desencarnados e no mundo espiritual, com nosso corpo espiritual (chamado de perispírito, composto de matéria fluídica, sutil), vivemos em colônias, cidades existentes no plano espiritual, as quais compõem o que chamamos de Pátria Espiritual. Podemos citar, como exemplos, algumas delas: Colônia Regeneração, localizada nas proximidades de Goiânia até Brasília; Colônia Redenção, situada no Leste da Bahia; Colônia Arco-Íris, na Região Norte do Brasil, indo de Porto Velho (RO) a Manaus (AM), em linha reta; Colônia das Flores, uma das maiores delas, que se inicia na parte central de Santa Catarina, indo até Goiás, tendo pontos no Paraná e adentrando São Paulo; Colônia Gramado, localizada sobre o Rio Grande do Sul, formada pelo conjunto das colônias Das Orquídeas, Dos Girassóis, Do Guaíba e Estrela D’Alva; e Colônia Nosso Lar, acima do Rio de Janeiro, com a forma de uma estrela de seis pontas – esta já foi objeto de filme e está detalhadamente descrita no livro Nosso Lar, ditado pelo Espírito André Luiz, através de psicografia do médium Francisco Cândido Xavier.

Na Pátria Espiritual, na colônia para a qual formos designados, nos refazemos do que seja necessário ao nosso reequilibro após o retorno da vida física e, sob os cuidados e a supervisão de irmãos trabalhadores de Jesus, lá residentes e no desempenho de suas tarefas, analisamos a nossa mais recente passagem por aqui – o quanto conseguimos avançar através das nossas ações e o que deixamos para fazer de forma adequada mais adiante.

Na colônia em que residirmos, nos reorganizamos e passamos a trabalhar para projetar o futuro. Estudamos, assistimos a palestras esclarecedoras, nos fortalecemos energeticamente e, quando devidamente aptos, passamos a desenvolver pequenas tarefas, as quais já nos auxiliarão a evoluir, pois estaremos evitando a inércia e o desperdício de tempo. Os nossos momentos de descanso e lazer também servirão de recomposição e rearmonização. Tudo a seu devido tempo. Estaremos, então, em um processo de esclarecimento, fortalecimento e preparo – para uma nova encarnação (uma reencarnação), em retorno ao mundo físico para um novo período que aspiramos seja de maior utilização possível para nossa evolução, em que possamos obter o maior êxito dentro do projeto que preparamos, sob orientação dos nossos irmãos maiores que nunca nos abandonam.

Analisando o que até aqui tratamos, dentro das nossas possibilidades, podemos perceber que, na sequência evolutiva, tão logo tomamos ciência do que precisamos fazer para avançar, temos todo o interesse em nos preparamos para retornar à escola do mundo físico, onde poderemos, através de novas experiências e de reparos em arestas que carregamos conosco, dar mais alguns passos em direção ao nosso destino de luz, amor e felicidade. Queremos, então, tão logo nos seja possível, entrar “na fila” para reencarnar e enfrentar tudo que seja necessário para nossa ascensão espiritual.

No resultado final desta análise, chegamos juntos à conclusão do quanto está equivocada uma frase que tantas e tantas vezes ouvimos dizer (e que talvez um dia tenhamos dito): “Eu não pedi para nascer!” Nós pedimos sim, e muito, pois, como espíritos imortais, somos sabedores da importância de estarmos por aqui.

Avancemos, então, conscientes de que sempre é tempo de fazermos o melhor.

Estes esclarecimentos nos são trazidos pela Doutrina Espírita, codificada pelo educador, escritor e tradutor francês Hippolyte Léon Denizard Rivail (1804-1869), o qual é conhecido pelo pseudônimo de Allan Kardec.