A Questão Econômica, o Sistema Socialista e a Propriedade Individual

Tema – Ciências Sociais

Na questão da propriedade individual, una, enquanto meio para obter o sustento próprio da família, é um eterno princípio, já cingido e protegido, atrelado à existência da Humanidade enquanto processo civilizacional. Entretanto os meios em que a propriedade privada se governa, e como em todas as demais manifestações humanas, estão sujeitos a lei do Progresso. Evidentemente que aqueles que, acham a propriedade privada, enquanto manifestação social, mal edificada, declaram que é preciso aboli-la. Estes negam veementemente a condição humana na qual foi arquitetado e construído o edifício da civilização, deixam de lado um aspecto sólido da natureza social. É uma negação total do Progresso e uma mutilação da vida.

Há indubitavelmente uma constituição deficitária no tangente às questões das propriedades privadas no Mundo, isto deve-se essencialmente ao fato de que na gênese da repartição, está presente a guerra e à violência. Aspecto este que reside no fato de que em tempos remotos, povos e classes invasoras apossaram-se das terras e consequentemente da riqueza e dos seus frutos de forma indevida e contrária a lei natural. Causando desequilíbrio no sistema e abalando o progresso e a dignidade social dos dominados. Não é preterível abolir-se a propriedade privada, como reza aos quatro ventos os sistemas do espectro socialista, sob a égide deturpada da igualdade social. É necessário sim, criar condições econômicas, intuindo abrir caminho para que a maioria da população possa adquirir o seu próprio bem, de forma justa e livre de financiamentos públicos/privados, ensejando coibir o endividamento familiar. A participação do Governo neste processo se dá de forma coadjuvante, por meio de supressão de privilégios políticos aos seus “eleitos”, combate a corrupção e promover o engajamento de toda a população na obra legislativa e social.

A abolição da propriedade individual, é o que propõem os sistemas socialistas, de forma particular, o comunismo. Estes sistemas vão além, reclamam a abolição da religião e da própria individualidade, tudo em prol de uma vã coletividade, assentada em bases rasas. Os sistemas socialistas, são deficitários já no seu cerne basilar, pois reduzem ao absurdo, tudo ao fato da questão econômica. E em nome da economia, clamam e vociferam a respeito das questões pertinazes à abolição da propriedade individual, o que traz já no bojo da doutrina infantil, a negação do indivíduo e a negação da liberdade, consequentemente. Os sistemas socialistas obstruem cruelmente o caminho para o progresso e engessam a sociedade em um verdadeiro ciclo vicioso, uma igualdade anuladora de individualidades e desconstrutora da fértil criatividade humana.

A fórmula geral e direta dos sistemas socialistas, apregoa que; toda a propriedade e sua produção, seja ela do campo ou da cidade, pertencem ao Estado. E o Estado então deve prover como um ser assistencialista e anti-progressista o indivíduo, desprovido de individualidade, pois ao provento é igualitário e conforme a necessidade.

Caso estes sistemas socialistas fossem possíveis, certamente seria uma vida de “castores” e não de homens. Em uma organização social/comunista em que a máquina do estado centraliza praticamente tudo, é solapada drasticamente a consciência individual. Evidentemente que a vida física ficaria provida (alimento, habitação), mesmo que parca. Porém arrasar-se-ia de criminosamente a vida intelectual.

Fonte: Pensadores Italianos – Giuseppe Mazzini

Daniel Marin RS
Enviado por Daniel Marin RS em 23/03/2021
Código do texto: T7214337
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