Prisioneiro livre.

Poesia e vinho fresco são prelúdios do conhecimento.

O campo fértil para a libertinagem é a ausência do cárcere. Sentir o prazer de ser desejado, em casos extremos por si, faz a mente entrar em devaneios eróticos numa descontrolada corrida por ter seu ego satisfeito. Mas quem pede em auto e bom som alívio é o corpo [...].

Desejando sempre pesar sobre alguém, ou que alguém pese sobre ele. Tocar, cheirar, sentir, fazer, usar, mexer, beijar, ousar, tirar, bater, cair, lamber; dentre outras tantas coisas que só a intimidade e a cumplicidade se permitem realizar. Os desejos reprimidos por muitos, aceleram o coração de alguns; e o pecado que reside no afeto entre algumas pessoas, só existe na mente pecadora de quem assim o condena. Saber compreender mesmo sem aceitar, se abster mas sem condenar.

Não há limites pra sentimentos reais, nem pecado onde o que reina é a sinceridade. O amor, que para muitos só existe em trechos como este, mas assim mesmo é vivo.

Para nós, o tempo é o maior companheiro e a paciência sua cúmplice. Sofrer? Sim. Desistir?Nunca. Encontrar nesse mundo alguém que se desprenda de si mesmo, das invejas, dos ciúmes, do caos vivido em todos os simples passeios, não é fácil. Somos vítimas de uma geração super protegida e conquistar respeito e confiança depois de expor o que a vida nos impôs é uma questão de responsabilidade e, sobretudo, de honra.

A exaustão da vida moderna impede a cada simples segundo o fato verídico de que existem coisas além do que os olhos podem ver ou o coração supor. Triturar papéis, esquecer anéis, fazemos tudo para nos livrar ao menos por um piscar de olhos dessa invasão que se instalou dentro de nossos próprios mundos. Desistimos enfim de viver pra viver talvez uma mera desistência, que suicida somente aquele que não aceita que é o alicerce de uma nova construção na existência mortal.

E quando por fim encontramos refletidos em nossa imagem a felicidade, orgulho, dignidade, sabedoria, coragem, perspicácia, introspecção, riqueza de espírito e sem mais delongas [...] a paz.

Não espero que o mundo ame, mas quem sabe um dia ele apenas acredite.