Reflexões sobre o Amor

Reflexões sobre o amor

Dizem que o que nos humaniza é nossa racionalidade. Eu fico pensando se é humano quando racionalizamos a divisão das pessoas, categorizando-as como objetos, ou quando aceitamos como natural a fome de milhares de pessoas porque uma minoria racionalmente concentrou riquezas. No uso da razão o homem destrói o planeta, impossibilitando a vida às gerações futuras. Onde se encontra a lógica nas relações que os poderosos, as elites travam com as classes subalternas? O que há de humanidade na indiferença para com a exclusão e a interdição de milhares de humanos?

Ora, tudo isso é uma grande balela, o que realmente nos humaniza é o amor, é a nossa capacidade de sentir, de nos apiedar, de nos comover. O amor nos faz olhar para o outro e ver realmente o outro eu, a nossa projeção. Sem o amor não somos capazes de compreender o sofrimento desse outro, tornando-nos incapazes de superar nosso egocentrismo, ficando como narciso, eternamente buscando a si. É ele que estabelece a linha divisória, entre o humano e o desumano.

Precisamos cultivar mais nossa afetividade, rega-la com o mesmo zelo de um agricultor para com sua plantação. Pois, caso contrário, se ficarmos centrados nessa extrema racionalidade, a humanidade estará fadada à destruição, ao flagelo, como as guerras por que já passou a humanidade o comprovou.

Marizete Santos