Perfume de morte
Cheiro de rosas
Passos sombrios
Mãos que balançam
O berço do bebê que chegou
A urna fúnebre
na procissão daquele que partiu.
Na manhã sublime
Na tarde escaldante
Ou na tortuosa noite
Cheiro de
Cipreste
Murta
Arruda
Cravo
e Alecrim
No na garganta
Dor no peito
Sentimento de urgência
Intensidade
Liberdade
Desapego
Entrega
Finitude
O que isto importa?
A quem interessa?
Para que tanto rondar?
A espreita está ela
Soberana
Autêntica
Certeira
Com seu perfume inebriante
E desconcertante
A ceifadora morte
A nos atravessar...
Ana Lu Portes, juiz de fora, 11 de outubro, 2022