CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico III(29) “Proximidade e Proteção: Uma Análise Teológica e Filosófica”

A ética das relações humanas é um tema complexo que tem sido objeto de debate entre muitos evangélicos. Alguns sugerem que a proximidade implica uma maior obrigação de proteção e honra. No entanto, como Paulo nos lembra em Gálatas 6:2, "Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo", a responsabilidade de cuidar não se limita à proximidade física.

A ideia de que a proximidade implica uma maior obrigação de proteção pode ser refutada. Como Immanuel Kant argumentou, "O ser humano é um fim em si mesmo, não um meio para ser usado pelos desejos de outrem". Portanto, a confiança e a proteção não devem ser definidas pela proximidade, mas sim pela reciprocidade e pelo respeito mútuo.

Forçar uma obrigação desproporcional sobre os relacionamentos pode levar a expectativas não realistas e frustrações. Como Jesus nos ensinou em Mateus 7:12, "Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também a eles", devemos tratar os outros como gostaríamos de ser tratados, independentemente da proximidade da relação.

Além disso, a insinuação de que as relações próximas devem ser mais protegidas do que as outras pode levar a um viés injusto. Como Sócrates nos lembrou, "Não é a vida, mas a boa vida, que deve ser principalmente valorizada". Portanto, devemos valorizar todas as relações humanas, independentemente da proximidade.

Em vez de promover uma visão excessivamente restritiva da obrigação para com os outros, devemos incentivar a empatia, a reciprocidade e o respeito em todos os relacionamentos. Como Martin Luther King Jr. disse, "O que afeta diretamente uma pessoa, afeta a todos indiretamente". Portanto, a confiança e a proteção devem ser equilibradas e baseadas no consentimento e nas necessidades individuais de cada relacionamento, em vez de serem impostas de forma rígida pela proximidade.