CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico III(30) “O Orgulho, a Paz e o Perdão: Uma Visão Crítica da Teologia Evangélica”

Os evangélicos, fundamentados em passagens bíblicas, enfatizam a importância de evitar contendas e vinganças, argumentando que o orgulho é a principal causa dessas atitudes. Como disse Paulo em Efésios 4:2-3, "Com toda a humildade e mansidão, com paciência, suportando-vos uns aos outros em amor, esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz."

No entanto, uma análise crítica pode mostrar que essa abordagem, embora bem-intencionada, pode ser excessivamente idealista. Como Nietzsche afirmou, "Não há fatos eternos, assim como não há verdades absolutas." Nem todas as brigas são movidas pelo orgulho. Há situações legítimas em que a defesa própria ou a busca por justiça são necessárias.

Além disso, a recomendação de ignorar todas as pequenas ofensas pode ser irrealista. Como seres humanos, temos sentimentos e desejamos ser tratados com respeito. Ignorar todas as ofensas menores pode levar à supressão de legítimas expressões de desacordo.

Por fim, a ideia de perdoar tudo sem exceção pode ser um padrão muito alto para a maioria das pessoas. Às vezes, é necessário um processo de cura e compreensão antes que o perdão possa ser concedido. Como Jesus disse em Mateus 6:14, "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós."

Em resumo, enquanto a mensagem de promover a paz e evitar contendas é louvável, a abordagem cristã pode ser simplista demais. É importante buscar um equilíbrio entre promover a paz e a justiça, reconhecendo que cada situação pode exigir uma abordagem única. Como Sócrates disse, "Uma vida sem reflexão não vale a pena ser vivida."