CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico V(16) "Reflexão sobre a família à luz da sociedade contemporânea"

A visão tradicionalista e moralista das religiões sobre a família, embora fundamentada em preceitos bíblicos e concepções antigas, necessita de uma reflexão à luz da sociedade contemporânea. A Bíblia, em 1 Coríntios 13:4-7, nos ensina que "O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. [...] tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta". Este ensinamento pode ser aplicado à compreensão das complexidades das relações humanas e à construção de laços familiares baseados em respeito mútuo.

O filósofo Friedrich Nietzsche afirmou que "Aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como". Esta citação reforça a ideia de que a felicidade e a influência de uma família não são necessariamente comprometidas por práticas como o adultério e a fornicação, desde que haja compreensão e respeito mútuo.

A ênfase na fertilidade da esposa como uma bênção divina pode ser reinterpretada à luz da autonomia reprodutiva. Em Gênesis 1:28, Deus abençoou Adão e Eva e disse-lhes: "Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra". No entanto, esta bênção pode ser entendida como uma escolha consciente, livre de pressões externas.

Por fim, é vital promover uma sociedade que valorize todas as formas de família, independentemente de sua estrutura. Em vez de propagar o estigma em torno dos filhos nascidos fora do casamento, devemos incentivar relações saudáveis, baseadas na comunicação, respeito e compreensão mútua, promovendo a diversidade e a aceitação em nosso tecido social. Como afirmou Martin Luther King Jr., "Nós devemos aprender a viver juntos como irmãos ou perecer juntos como tolos".