CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico V(20) "A visão moralizante do sexo fora do casamento"

A Bíblia, em Provérbios 6:32, adverte: "Mas o homem que comete adultério não tem juízo; quem assim procede a si mesmo se destrói." No entanto, uma interpretação contemporânea pode questionar essa visão moralizante, sugerindo que o foco deve ser na responsabilidade individual e no respeito mútuo nas relações.

Substituindo referências bíblicas por uma abordagem mais atual, pode-se argumentar, como o filósofo Michel Foucault, que a demonização do sexo fora do casamento é uma forma de "bio-poder", uma visão antiquada e repressora. Em vez de enfocar o perigo em potencial, é mais construtivo promover uma educação sexual que valorize o consentimento, a comunicação e o respeito mútuo.

"Cada indivíduo tem o direito de tomar decisões conscientes sobre sua vida sexual", refutando assim a ideia de que tocar ou beijar alguém fora do casamento é um crime hediondo. Além disso, em vez de enfatizar a perda de dinheiro, reputação e relações familiares, pode-se argumentar que o julgamento moral excessivo contribui para o estigma e prejudica a saúde mental dos envolvidos.

A substituição da ênfase na punição divina por uma abordagem mais humanista poderia destacar que a compreensão e a empatia são cruciais em situações onde as pessoas podem ter cometido erros. "A sociedade evoluiu para reconhecer a importância do arrependimento genuíno e da oportunidade de redenção."

Em última análise, a ideia de que o sexo fora do casamento traz consequências terríveis deve ser questionada, dando lugar a uma abordagem mais inclusiva, centrada no consentimento, na responsabilidade e no respeito mútuo, em vez de perpetuar conceitos morais ultrapassados. Como o filósofo Immanuel Kant afirmou, "O esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado." Portanto, é essencial promover uma visão esclarecida e inclusiva da sexualidade.