Manada de cientistas

Cada vez mais penso que quanto mais o sujeito lida com argumentos puramente lógicos, mais fácil é para ele aceitar argumentos de razão pura como crença, sem levar em consideração argumentos de questão de fato.

E o oposto de maneira epistêmica também parece fazer sentido: quanto mais o sujeito lida com argumentos puramente empíricos, mas lhe é difícil lidar com argumentos de lógica pura, levando-o, por desconhecimento lógico, a assentir a argumentos puramente racionais (mesmo aqueles que tendam a ir contra a argumentos empíricos no sentido nominal, ou seja, que usem apenas as palavras de forma normativa) desde que, muitos outros sujeitos também o assintam como verdadeiro -- e ele o aceite pela confiança nos seus pares que aparentemente sabem mais do que ele de argumentos racionais.

A burrice, ou falando de forma mitigada, o desconhecimento e a sua dificuldade de lidar com argumentos lógicos (por pura falta de costume), a episteme de testemunho (muitos de seus pares lógicos dizem que "é desta forma") e o problema do argumento lidar apenas de forma normativa com as questões, fazem os cientistas a engolirem melhor, argumentos puramente racionais e tomarem-nos assim, como crença dogmática, legando aos outros as razões que justifiquem àquelas crenças.

Conclui-se então, se meu argumento em questão estiver correto, que se argumentos puramente racionais lidarem com problemas de forma puramente normativa, teremos uma manada de doutores em questão de fato assentindo à paradigmas puramente racionais do quais, eles não têm a menor ideia das razões que os sustentam.