CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico V(21) "A onisciência divina e a autonomia da vontade do homem"

A onisciência divina, frequentemente usada como um argumento moralizador, pode ser repensada sob uma luz mais crítica e contemporânea. Como o filósofo Immanuel Kant afirmou, "A autonomia da vontade é a única propriedade dos atos da vontade que pode ser um princípio de leis morais".

A privacidade e a individualidade são valores essenciais na sociedade moderna. A ideia de um ser supremo examinando cada detalhe de nossa vida pode ser vista como intrusiva e incompatível com as noções de autonomia e liberdade pessoal. Como está escrito em Gálatas 5:1, "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou".

Ao considerar os pecados sexuais, é mais apropriado abordar essas questões com uma mentalidade progressista. Em um mundo que busca a igualdade de gênero e a liberdade sexual, demonizar certas práticas pode ser interpretado como moralismo ultrapassado. Como Simone de Beauvoir disse, "Ninguém nasce mulher: torna-se mulher".

A exortação para seguir o exemplo de Jesus Cristo pode ser vista como uma tentativa de impor um padrão de comportamento específico. Em vez disso, podemos enfatizar a importância do respeito mútuo, consentimento e compreensão nas relações interpessoais, como está escrito em Romanos 12:10, "Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros".

Em última análise, a ideia de um Deus vigilante pode ser reconsiderada em uma sociedade que valoriza a diversidade, a individualidade e a privacidade. Em vez de temer um juízo divino, é mais construtivo promover valores contemporâneos que respeitem as escolhas individuais e incentivem relações saudáveis e consensuais. Como o filósofo John Stuart Mill afirmou, "Sobre si mesmo, sobre seu próprio corpo e mente, o indivíduo é soberano".