Sete da manhã

Hoje acordei e senti que o amor estava mais forte, não sei explicar a medição dessa força, só sei que quando abri os olhos tive uma sensação que por muito tempo, ou talvez nunca, sentira: a de força, de capacidade, de ser superior a toda e qualquer adversidade da vida.

Hoje a falta de comunicação não é mais uma barreira, nem sei mais o que é saudade, tô tão feliz que até a distância me acaricia. Poderia ser melhor é claro, mas já que, por enquanto, não estamos juntos a melhor saída é canalizar essa saudade e distância em algo bom, construtivo e que ao chegar o dia de nosso encontro isso se transfigure numa força ainda maior e possamos aproveitar cada momento (sem empurrões).

Estou ciente de que tudo isso que digo vai passar, logo me darei conta de que estou a centenas de quilômetros de você e me desesperarei, ficarei de novo como um louco procurando formas de te ter.

Aí, cairei em depressão, me suicidarei, chorarei, morrerei umas cinqüenta vezes, falarei só durante horas, conversarei contigo em silêncio, me jogarei na cama, abraçarei os lençóis, farei as mais tórridas confissões de amor ao travesseiro, te beijarei a cada gole de água que beber, sentirei teu cheiro (aquele mesmo que roubei no nosso encontro) toda vez que respirar e quando retornar ao mundo fingirei que nada aconteceu, porque tudo isso faz parte de meu (nosso) mundo e não compete a ninguém interferir.

Engraçado...

Coloquei todas as palavras como se fossem acontecer num futuro próximo, fiz tudo isso ontem e sinto que farei tudo de novo hoje.

E ainda são sete da manhã.

06/03/2006

(amando desesperadamente)

Tiago Marques
Enviado por Tiago Marques em 15/02/2008
Código do texto: T861126