Vítimas da Naturezas?

Na realidade, não são as chuvas fortes que provocam enchentes. Nós mesmos provocamos nossas próprias enchentes. Isso parece soar um pouco contraditório. Mas a verdade é essa mesma. Ironia do destino ter entrado água na sua casa? Não. Castigo de Deus? Também não. Deixemos Deus, que não tem nada a ver com isso, longe dessa lamaceira.

Essas enchentes, que tem causado transtornos aos governantes e prejuízos à população, são conseqüências de ações impensadas. A natureza, ao se manifestar em forma de tempestades ou tornados, não é a única culpada. Se hoje ela está mais violenta, a culpa é do próprio homem que vem alterando, contínua e drasticamente o clima do planeta, em nome da ordem, do progresso e desenvolvimento.

As águas precisam ir para algum lugar, ser absorvidas pela terra ou se acomodar confortavelmente nos oceanos e rios. Contudo, os rios e bueiros que deveriam receber as águas pluviais estão abarrotados de lixo, produzido pela própria comunidade que agora sofre com a perda de seu carro, seus móveis, suas casas, suas plantações, etc. É triste essa situação calamitosa, mas o povo e a Administração Pública não são vítimas. São os próprios culpados e responsáveis pela situação.

Vejam, é muito comum presenciarmos, seja nos centros urbanos ou periferias, seja nas estradas, pessoas jogando para fora de seus carros, garrafas, papéis, resto de comida, etc. Essa, porém, é uma atitude imprudente de pessoas de qualquer classe social. Grande engano pensar que os mais abastados e instruídos são os mais educados e mais conscientes dos problemas ambientais. Um absurdo, mas eu mesma já presenciei uma pessoa que estava parada dentro de um BMW, jogar para fora de seu carro um coco, deixando-o no meio da rua.

Ora, é certo que a Administração Pública tem a obrigação de manter os bueiros limpos e construir obras que não prejudiquem tanto o meio ambiente, mas a população tem o dever de manter a cidade limpa, cuidar do próprio lixo e do seu material que pode ser reciclado. Não nos esqueçamos que somos responsáveis pelo lixo que produzimos. E o fim impensado que damos a esse material pode provocar efeitos nocivos ao meio ambiente.

Quase ninguém pensa antes de jogar um insignificante papel de bala na rua. Mas, imaginem em todo o mundo as pessoas praticando o mesmo ato inconseqüente. Agora imaginem esses mesmos papéis de balas, com garrafas pets e tocos de cigarros dentro dos bueiros. Enfim, neste momento não pretendo falar das obras mal planejadas, que é um outro mote polêmico, mas quero chamar a atenção das pessoas para uma atitude simples, que depende unicamente de nós mesmos e que pode ter efeitos positivos para o meio ambiente e, consequentemente, para o próprio homem. Por isso, antes de nos colocarmos como vítimas da natureza, pense no que você faz com o seu papel de bala.

Silvia Santana
Enviado por Silvia Santana em 26/02/2008
Reeditado em 15/07/2008
Código do texto: T876499
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