Entrevista - ANGELINA NEVES (Educação e Literatura Infanto-Juvenil) - Moçambique - 2a. Parte

(nesta segunda parte da entrevista com Angelina Neves, ela faz novas digressões profundas e aproveitamos para revelar sua rica e densa bibliografia dedicada à causa da criança e do adolescente, tanto de Moçambique quanto do mundo)

5) Conte agora como foram as decisões que tomou já adulta. Está convencida de que os rumos foram certos?

R) O que é certo? O que é errado? Posso dizer que, dum modo geral, se não pensar em pequenos “desvios”, eu faria tudo de novo da mesma maneira que fiz. - Isso quer dizer que fiz as “escolhas certas”? Ou quererá dizer que sou “parva”?!

Há teorias que dizem que nós não tomamos decisões e quando somos forçados a tomá-las nos sentimos sempre infelizes pois ficamos a pensar que poderíamos ter “escolhido outra coisa melhor”! Não concordo! Eu acho que “decidi” todos os dias da minha vida... desde o diariamente: “levanto-me da cama ou fico aqui mais um pouquinho?” – E há dias que custa tanto levantar, mas a vida me espera fora da nublosas dos sonhos!

Por vezes, na altura, achei que tinha dado “os passos errados”, mas eles me levaram mais à frente, a coisas que seria “impossível” de encontrar e que me fizeram “crescer”, e foi bom! Outras, tinha a certeza serem as melhores não me levaram a nenhum local melhor!

Muitas vezes as decisões são tomadas com um “atirar uma moeda ao ar” e esperar que caia do lado certo! Não temos possibilidades de ter o s dados suficientes para saber se as decisões são certas ou erradas... Temos de arriscar a não seguir “as normas”, a não ter medo de enfrentar os “perigos”... Lembro-me por exemplo, que o meu filho mais velho, quando tinha uns 15 anos entrou nas drogas pesadas, heroína (coisa que sempre me horrorizou, uma vez que sempre tive medo de “perder o controle” dos meus actos e não me poder responsabilizar por eles) – saindo e entrando ele conseguiu sair das drogas por si... tinha por volta de por volta dos 19 anos. Mal tinha acabado de sair (há nem um ano) e encontrou uma miúda amiga dele de 17 anos, que o pai tinha expulsado de casa por já não saber o que fazer com ela. Pediu-me que deixasse ela vir para nossa casa. Dizia ele que queria ajudá-la a sair da droga. “Atirei a moeda ao ar” e decidi confiar nele e na sua vontade de ser útil... – sabia de todos os perigos e de todos os trabalhos em que me iria meter e a ele... mas também sabia que o pior de tudo é sentires que não confiam em ti! Deixei a miúda vir – ficou quase 3 anos a entrar e sair da droga... e nunca saiu e o meu filho desistiu. Todos me “condenaram” e acharam que eu era “louca” (e eu torci-me por dentro... fiz figas, cruzei os dedos, mordi a língua, mas decidi que ia aguentar até ao fim, fosse ele qual fosse!) e hoje eu tenho a certeza de que foi o melhor que podia ter feito, foi como se vacinasse o meu filho contra a droga, porque foi a maneira de o meu filho ver-se no papel de pessoa que tenta tirar outra da droga e ficou com tal asco que nunca mais na vida vai drogar-se! Deixou mesmo inclusive de beber bebidas alcoólicas!

Decisões... tomei tantas! Mas será que alguma vez tomei alguma decisão muito importante? A mim dá-me a sensação que de certa maneira eu “aproveitei a onda” e na onda eu tentei-me equilibrar-me da melhor maneira que soube! Tenho sempre esta sensação de que as coisas boas, as melhores, as que mais me deliciaram, me acontecem sempre porque eu estava lá por acaso: na hora certa, no local certo, com a disposição certa!

Para dizer com franqueza, as decisões que acho mais importantes e que realmente fizeram de mim o que sou hoje, foram as que tomei (ou terei sido levada a tomar pelas circunstancias e educação!) quando era criança, adolescente, muito jovem... as outras, foram uma consequência lógica dessas mesmas decisões... Será?

Quando era criança – com uns 10 ou 11 anos – eu decidi que iria “crescer para ser um adulto responsável” e depois disso eu tenho sempre parado, olhado para essa “criança que vive dentro de mim” e perguntado: - “o que achas que faria um adulto verdadeiro, realmente responsável”, e sigo os “seus conselhos” (sempre que posso, porque há alturas em que não estou à altura!)

Quando era adolescente, como todos os adolescentes, eu adoraria “salvar o mundo”, “ser útil”, “dividir com todos os que amava (amigos ou familiares) o que tinha” e tinha (ainda tenho!) a certeza que com “um pouquinho mais de boa vontade” o nosso mundo seria um local lindo, o paraíso que todos procuramos e está nas nossas mãos! Achava (que eram – parênteses do entrevistador) “cínicas”, “mentirosas”, “fingidas” as pessoas que se diziam “boas” e não conseguiam tirar uma das camisas que vestiam para dar a uma pessoa “descamisada”. Ou as que diziam que “amavam” os filhos ou os alunos ou os amigos ou os familiares e depois os sacrificavam em prol das suas próprias ambições... É claro que, como acontece com todos os jovens, nessa altura as coisas são a “preto e branco”, ou se é bom ou se é mau, ou se é verdadeiro ou se é falso! Coisas que só com o tempo a gente vai aprendendo que não são tão claras e que a maior parte das vezes temos mil cores diferentes e mil tonalidades de cada uma das cores... Mas para mim houve sempre uma certeza (no meio dos pretos e brancos definidos!) que sempre pararia e seguiria um princípio (que sigo ainda hoje!): Nunca faria aos outros o que não queria que eles me fizessem. E assim como não consentia que os outros me fizessem o que eu não lhes faria! Decidi que contra tudo e todos eu tentaria nunca ser “cínica, mentirosa, fingida” e levar até às últimas consequências aquilo em que acreditava ser o melhor! – “Do as you priest” (faz aquilo que dizes), como dizem os de língua inglesa!

Por exemplo, quando o meu filho mais velho tinha 10 anos eu tive o meu segundo filho, decidi que ele deveria ter um “irmão gêmeo” e quando ele fez um ano eu adotei um bebê da mesma idade (Tinha-me separado o pai do meu filho mais velho há 5 anos e o meu segundo filho foi feito com um bom amigo (nem namorado era!) com quem por vezes adorava fazer amor! Achei que aguentava! Na altura havia muitas crianças órfãs e eu estava a trabalhar com a Secretaria de Estado da Acção Social e um dos princípios era arranjar famílias substitutas para as crianças órfãs).

Falei com o Daniel da ideia e ele perguntou-me: “Angi (os meus filhos tratam-me pelo nome e por mãe conforme os dias!), o que vão dizer o pai, tios e tias?” E eu disse-lhe: “vão dizer que sou “maluquinha!” E ele ficou preocupado mas eu expliquei-lhe que eles diriam isso com “ternura” e uma certa “inveja” e “admiração” por não terem a coragem de fazer o mesmo! Assim nós decidimos que iríamos mesmo adotar. - Podia ser uma menina ou menino? – O meu filho de 10 anos decidiu que se era adotado tinha de ser menino (ele queria muito que o irmão que tinha nascido tivesse sido menina!) e eu não discuti o assunto, aceitei a sua escolha.

Hoje o João tem 23 anos e é um jovem lindo!

Depois estive a trabalhar com projetos ligados a crianças de rua (1990) e uma criança de 11 anos (eu a conhecia tinha uns 8 anos e vinha “tratar do meu jardim”, pertencia a um grupo de crianças apoiadas por um grupo de irmãs católicas que lhes davam uma refeição e um local para dormir à noite e que tinham conseguido que frequentassem a escola). Eu apoiava com um pequeno almoço antes da escola e dinheiro para ir ao cinema nos fins de semana, ou alguma roupa, coisas que precisava na escola. Um dia veio ter comigo a dizer que tinha sido adotado por uma senhora – que tinha um filho mais ou menos da mesma idade – e estava feliz, todo orgulhoso com as roupas e sapatos novos e especialmente porque tomava banho de água quente! - Ele sempre passava por minha casa a contar novidades e mostrar a bicicleta, e coisas do gênero. Um dia foram a outra província de férias e veio dar-me umas pedrinhas que lá tinha apanhado para mim! Uns meses depois veio muito triste, com um cestinho com brinquedos, dizer-me que a senhora o ia entregar às irmãs de novo, que ia voltar para a rua, e a pedir-me que lhe guardasse as coisas dele para não serem roubadas. O meu coração parou... (não me interessou saber o que tinha ele feito de tão grave para que lhe tivessem dado esse castigo... era simplesmente uma crueldade e eu só pensei: como era possível um adulto responsável tratar uma criança como se fosse “um brinquedo” ou um “trapo” que se deita fora quando já não nos agrada?...)

Então, reuni os meus filhos e decidimos ficar com o Admiro em nossa casa! Uf! Houve tempos difíceis mas conseguimos todos ser uma família e hoje ele tem 28 anos e está em Itália casado com uma italiana, independente, como sempre foi desde o princípio! Todos nós contribuímos para que, dentro do possível tudo corresse o melhor possível e aprendemos uns com os outros a melhor forma de o fazer... E isso para mim é lindo! - claro que mais uma vez me acharam louca, com “carinho e admiração” pela “coragem” – não sei se foi “coragem” ou foi “cobardia”, pois se não tivesse tentado eu não conseguiria viver com essa “culpa” de não ter estado à altura duma criança e das suas necessidades!

Para a vida não há receitas... A única coisa que temos de fazer é vivê-la! E viver o melhor que podemos e sabemos, da forma mais divertida que podermos... Jogar o jogo conforme ele nos vem parar nas mãos... Decisões, importantes ou não, têm só o valor do momento e depois levam-nos a outros locais e a outras certezas e mil incertezas! As minhas levaram-me onde estou hoje! Não é mau quando tens o que geralmente se chama: “consciência tranquila”! Talvez seja isso que faz as decisões tomadas parecerem as “certas”!

Desde sempre eu me via como a “artista principal” do filme que eu estou a fazer e que o mundo inteiro está a ver, mesmo na “intimidade dos pensamentos” (através da telepatia consciente ou inconsciente!), assim, as portas e janelas da minha casa estiveram e estão sempre abertas (literalmente). Para isso eu preciso de me aceitar, não ter vergonha nem medo de errar e ter a certeza de que tenho o direito de cometer erros, de fazer disparates, de não saber tudo, mas que é meu dever (aquele que me impus, claro!) sempre tentar dar o meu melhor, fazer aquilo que, na altura, eu acho mais certo, sem medo das “consequências futuras”!

Como Mahatma Gandhi diz e eu acredito ser a única maneira de realmente mudar o nosso mundo é “ser as mudanças que queres ver no mundo”!

Bah! Talvez para responder à tua pergunta só necessitasse de dizer: “Não sei! Nunca hei-de saber! Talvez a única realmente importante foi a de tentar sempre ser curiosa e saber que “não sei nada” e tenho TUDO para aprender ainda... e para isso ler, conversar, discutir ideias e SEMPRE me questionar e questionar cada coisa “normal” ou “anormal” de que a vida ou o mundo é feito! “

No fundo, talvez sejam os “outros” que tenham de dizer! Talvez tivesse de entrevistar filhos, familiares, amigos e colegas... e depois dar-te as suas opiniões e cada um deles teria a sua visão pessoal e provavelmente diferente e oposta!

6) Parece-me que o desprendimento diante da oportunidade de interagir com o mundo ao seu redor é o mesmo com que se devota a dialogar consigo mesma, conforme essa nossa conversa. Essa entrevista está sendo um certo "divã" de análise de suas memórias ou estarei interpretando mal as suas respostas?

R) Acho que tens razão! Estou para aqui a aproveitar-me de ti para “falar sozinha”! eh eh eh! Me desculpa! Mas, eu “gosto” de me sentar num “divã”, de tempos a tempos, e analisar aquilo que eu fiz, bem ou mal... Acho que sempre me tentei “rever-me” para “me purgar” dos pesos que vão ficando e das mil incertezas do “mal ou bem”, do “bom e mau”! É uma forma de “desabafar” ou de “pôr a ridículo” o que por vezes nos fica agarrado na pele, essas coisinhas insignificantes, de que é feita a mágoa, de que são feitos os sonhos, de que é feita a vida...

E se calhar esta entrevista aparece numa altura em que eu gostava de ter espaço e tempo para “escrever as minhas memórias”, especialmente deixar algo sobre “o que penso” ou talvez melhor, tentar perceber uma “incógnita” que sempre me fascinou: “como aprendi as coisas?” (como aprende cada um de nós o que sabe, o que acredita, a maneira como sente?)

Tentarei ser mais “concisa”! Veremos se vou conseguir! Estou a gostar de “divagar” e não sei se vou “resistir”!

De qualquer maneira, “aproveita” só o que achares bem e “deita fora o resto”!

7) Quem você lê? O que você ouve? Que filmes assiste?

R) Quem eu leio?! Adoro as crônicas de António Lobo Antunes – são poemas de imagens mágicas, uma dança de ideias! Também leio todas as coisas que se publicam do Mia Couto porque me deliciam...

Adoro os desenhos e humor de Mordillo e do Quino – principalmente a Mafaldinha! Leio TODOS e gosto principalmente daqueles que, à sua maneira, “concordam comigo”! - Sei, é IMPOSSÍVEL ler todos!!!! Mas talvez fosse mais fácil dizer “quem não leio”! Bom, isso também é impossível de dizer!

Nunca liguei muito aos nomes dos autores mas se gostava ou não do livro ou me interessava o assunto tratado. A maioria dos autores que leio nem sequer me lembro dos seus nomes... Há escritores de que gosto e sempre que encontro um livro compro (se tiver dinheiro na altura, claro! Ou peço emprestado a alguém que tenha e seja meu amigo/amiga - se fosse rica comprava uma livraria ou biblioteca e passava o tempo a ler!), mas isso não quer dizer que goste de todos os livros de um escritor ou consiga ler até ao fim um livro que “não consigo entrar nele” só por ele ser famoso! Por exemplo, Saramago, que ganhou o prêmio Nobel, eu achei geniais 2 livros dele (“Ensaio Sobre a Cegueira” e “Todos os Nomes), estou muito curiosa em ler o novo livro dele (que deu muita polêmica – a minha amiga já o tem e quando acabar vai passar-mo!) - mas outros só achei interessantes e outros nem consegui sair das primeiras páginas!

Fazer uma lista de livros de que gostei seria impossível pois, de muitos livros que li e gostei muito, já nem me lembro do título do livro nem do nome do autor! Posso dizer que há 3 livros que adorei tanto que nunca quero perder: “Cem Anos de Solidão” do Gabriel Garcia Marques, “TheTao of Physics” (acho que em português se chama “O Tao da Física” ), de Fritjof Capra – também gostei muito “The Web of Life” do mesmo autor - e “A História do Senhor Sommer” de Patrick Susskind (o que escreveu “O Perfume” - o mais famoso - que achei interessante mas posso perder!)

Acabei agorinha de ler um livrinho de Ondjaki (angolano) chamado “O Assobiador” que achei ter umas imagens muito bonitas, poéticas... Antes deste li e gostei “O Quase Fim do Mundo” do Pepetela... E antes desse emprestaram-me e gostei muito da forma de apresentar a história toda: “Mil Sóis Resplandecentes” de Khaled Hosseini (Consigo lembrar e escrever o nome porque ainda não devolvi o livro e está aqui na minha secretaria! eh eh eh!)

De Cabo Verde gostei muito de ler “O Testamento do Sr. Napumoceno” de Germano Almeida...

Uf! Pergunta complicada!... E se disser que leio todos os livros que apanho, passam por mim, sobre os “assuntos me interessam ler” no momento?!... Com alguns concordo, com outros discordo, e outros: não acabo de ler porque nada me diz que me interesse!

Interessam-me TODOS os assuntos! Adoro ler sobre a mente e cérebro humano e sobre todas as capacidades que temos e muitas vezes não utilizamos...

Mas também há alguns que não me interessam...

Isto lembrou-me uma... (posso contar?!...) Eh eh eh! Cá vou eu “divagar”! Quando eu tinha uns 11 ou 12 anos e andava no 1º. ou 2º. ano (agora 6ª. ou 7ª. classe) na escola as meninas andavam todas a ler fotonovelas e claro que eu também andava fascinadas com as histórias que ali vinham, as raparigas e rapazes bonitos, os maus e os bons, os fins “para sempre felizes”!... Um dia pedi a uma colega que me emprestasse uma para eu ler em casa. Ela me emprestou e estava eu regalada a ler a fotonovela (nessa altura não havia televisão por estes lados!) e o meu pai aparece, olha para o que estou a ler e começa, sem mais nem menos, a rasgar a revista toda. Eu bem que lhe dizia que aquilo não era meu... Ele dizia que não me queria a ler aquelas “porcarias” e que nenhuma menina deveria ler coisas assim... E quando lhe disse que na escola todas liam, ele mais zangado ficou e decidiu que no dia seguinte iria comigo à directora (ou director, já não me lembro!) e fazer queixa e mandar chamar todas as meninas que liam essas coisas nojentas que só ensinavam mentiras sobre a vida e que enchiam as cabeças das meninas de porcarias a pensar que só eram alguém se tivessem um príncipe.... E que ninguém era muito bom nem muito mau e que não havia essa coisa de “amores para sempre” e que depois de acabar a historias havia uma vida para viver que não eram só de beijinhos e abraços... Sei lá! Um monte de coisas que eu não entendi tudo! E menos entendia porque nunca ninguém me tinha proibido de ler fosse o que fosse – mesmo coisas que as “outras meninas não podiam ler”, como romances com paixões eu lia e ninguém interferia!

E o pior foi que no dia seguinte lá vai ele levar-me à escola e sai do carro para ir comigo à direcção... Eu chorava e pedia-lhe que não fizesse... E a certa altura, no desespero, eu disse-lhe: “Se não for fazer queixa, JURO que nunca mais leio nenhuma fotonovela.”

Ele parou e disse “que se eu estivesse a falar a sério ele não ia fazer queixa”.

Claro que lhe garanti que nunca mais leria nenhuma e cumpri a minha palavra – até porque nem teria coragem de pedir para ler mais nenhuma depois de o meu pai ter rasgado aquela toda!

Li uma ou duas vários anos depois e já com um “espírito crítico” e não achei piada nenhuma!

Livros nunca me faltaram. O meu avô, com quem vivíamos, tinha um escritório em casa que era forrado de armários com livros, desde os de medicina (ele era médico) até romances de diversos tipos.

O meu avô nunca dizia que eu não podia ler um livro, só me dizia: “não vais entender porque é um bocado complicado para a tua idade.”. E se eu tentava, muitos desistia, realmente não entendia! Mas foi nesse escritório que passei muitas horas a ler desde romances célebres a poesia a outras coisas...

Por volta dos 16 anos eu tive um namorado que era estudante de engenharia e me deu para ler o “Macaco Nu” e outros livros como “Eram os Deuses Astronautas?” que eu adorei e passei a esperar ver um dia um disco voador a vir-me buscar para conhecer mundos melhores! Ele introduziu-me também na “ficção científica” e fartei-me de ler. Há contos lindos e que sempre me ficaram na memória...

E gosto de muitas poesias de vários poetas... Assim como adoro também tudo o que tenha a ver com as ideias filosóficas e descobertas sobre o ser humano e a vida...

“O que você ouve?“

Música. Como com os autores! Há músicas que adoro porque me entram na alma, e outras que gosto de ouvir e me fazem dançar, e outras que não me entram direitas nos ouvidos e outras que me incomodam pelos sons repetitivos que magoam!

Poderia talvez dizer que os meus ouvidos estão mais habituados às músicas que ouvi embevecida e dancei e ao som da qual namorei, nos anos 60/70.

Gosto muito de música clássica pois o meu avô sempre punha e eu ficava a ler ao som dela quando era criança e adolescente...

Mas gosto de tudo um pouco, não sou esquisita!

“Que filmes assiste?”

Aqui posso dizer: detesto os tipo “Rambos” e de super-heróis americanos! Estou farta de filmes de guerras (nunca gostei muito mas cada vez odeio mais!). Estou cansada dos das “princesinhas à procura de principezinhos”.

Gosto do Almodóvar (pelo menos os que vi: 3!) Há filmes que adorei e cenas de filmes que ficaram marcados na mente...

Acho que não vou fazer uma lista dos filmes que mais gostei!

OBRAS DE ANGELINA NEVES:

I. Colecção Coelhinho e Boa Noite[1]

Eu sou a Joana. Maputo : UNICEF, 1983. 29 p.

O meu gatinho. Maputo : UNICEF, 1993. 27 p.

Eu e o piloto. Maputo : UNICEF, 1993. 15 p.

O cão e o gato. Maputo : UNICEF, 1993. 24 p.

A banana vaidosa. Maputo : UNICEF, 1993. 14 p.

Boa noite. 2ª ed. Maputo : UNICEF, 1994. 22 p.

As prendas. Maputo : UNICEF, 1994. 10 p.

II. Colecção Tan Tan

A união faz a força : três contos tradicionais. Maputo : UNICEF, 1993. 19 p Col. Tan Tan, 1

MACUVELE, Domingos ; NEVES, Angelina (ilust.). O bairro do Alcino. Maputo : UNICEF, 1993. 9 p. Col. Tan Tan, 3

Formas e cores. Maputo : UNICEF, 1993. 6 p. Col. Tan Tan, 4

Os 3 amigos. Maputo : UNICEF, 1993. 10 p. Col. Tan Tan, 5

Eu queria ser azul. Maputo : UNICEF, 1993. 10 p. Col. Tan Tan, 6

CATORZE, Maura ; NEVES, Angelina (capa e ilust.). A partir de uma flor. Maputo : UNICEF, 1994. 9 p. Col. Tan Tan, 7

CATORZE, Maura ; NEVES, Angelina (capa e ilust.). O tapete mágico. Maputo : UNICEF, 1994. 12 p. Col. Tan Tan, 8

CATORZE, Maura ; NEVES, Angelina (capa e ilust.). Se fosse pássaro. Maputo : UNICEF, 1994. 9 p. Col. Tan Tan, 9

MACUVELE, Domingos ; NEVES, Angelina (capa e ilust.). Jorge e os meninos tristes. Maputo : UNICEF, 1994.10 p. Col. Tan Tan, 13

Uma viagem ao futuro. Maputo : UNICEF, 1994. 24 p. Col. Tan Tan, 14

Dino e a velha feiticeira. Maputo : UNICEF, 1994. 13 p. Col. Tan Tan, 15

Os anos da Marta. Maputo : UNICEF, 1994. 11 p. Col. Tan Tan, 16

O vestido novo. Maputo : UNICEF, 1994. 15 p. Col. Tan Tan, 17. Adaptação de um conto de Mercedes de la Osa.

A gota de água faladora. Maputo : UNICEF, 1994. 23 p. Col. Tan Tan, 18

III. Colecção Circo da Paz (quando dos acordos de paz apos quase 10 anos de guerra entre "irmaos"...Frelimo e Renamo)

NIPEPE, Felisberto ; NEVES, Angelina (ilust.). O concurso da princesa. Maputo : Coopimagem, 1995. 22 p. Col. Circo da Paz, 1

As crianças o céu e a terra. Maputo : Coopimagem, 1995. 22 p. Col. Circo da Paz, 2. Adaptação de contos.

ANTONINHO, José ; N`LOBE, Benjamim Monteiro ; NIPEPE, Felisberto ; OSSEMANE, Humberto (ilust.) ; NEVES, Angelina (adapt.). Samihana e outros contos. Maputo : Coopimagem, 1995. 21 p. Col. Circo da Paz, 3

CLETO, Valentim ; NIPEPE, Felisberto ; NEVES, Angelina (adapt. e ilust.). Cada um é como é. Maputo : Coopimagem, 1995. 22 p. Col. Circo da Paz, 4

NIPEPE, Felisberto ; NEVES, Angelina (adapt. e ilustr.). O coelho apaixonado. Maputo : Coopimagem, 1995. 24 p. Col. Circo da Paz, 5

OSSUFO, Abdala ; BOENE, Sérgio (ilust.); NEVES, Angelina (adapt.). Os caçadores. Maputo : Coopimagem, 1995. 24 p. Col. Circo da Paz, 6

Dona Vassoura e Dona Poeira. Maputo : Coopimagem, 1996. 15 p. Col. Circo da Paz, 11

Os coelhos e os cágados. Maputo : Coopimagem, 1996. 23 p. Col. Circo da Paz, 12

IV. Colecção Mbeu

O segredo das vassouras. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, 1991. 18 p. Col. Mbeu, 6

Eu sou surdo. [Nós todos somos diferentes]. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 15 p. Col. Mbeu, 7

Eu sou cega [Nós todos somos diferentes]. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 14 p. Col. Mbeu, 8

Nós somos rapazes [Nós todos somos diferentes]. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 15 p. Col. Mbeu, 9

Eu tenho paralisia cerebral [Nós todos somos diferentes]. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, , Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 8 p. Col. Mbeu, 11

A minha irmã é atrasada [Nós todos somos diferentes]. Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 10 p. Col. Mbeu, 12

CRUZ, M. Graça (adapt.) ; NEVES, Angelina (ilust.). Preta ou branca? Maputo : Direcção Nacional de Acção Social, Secretaria de Estado da Acção Social, [s.d.]. 19 p. Col. Mbeu, 13

V. Viagens com a Cabaça Mágica

Viagens com a cabaça mágica 1. Chai. Maputo : Coopimagem, 1996. 30 p.

Viagens com a cabaça mágica 2. Inhambane. Maputo : Coopimagem, 1996.

Viagens com a cabaça mágica 3. Gaza. Maputo : Coopimagem, 1999. 32 p

Viagens com a cabaça mágica 4. Nampula. Maputo : Coopimagem, 1999. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 5. Tete. Maputo : Coopimagem, 1999. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 6. Baía de Maputo. Maputo : Coopimagem, 1999. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 7. Manica. Maputo : Coopimagem, 2000. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 8. Zambézia. Maputo : Coopimagem, 2000. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 9. Lago Niassa. Maputo : Coopimagem, 2000. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 10. Sofala. Maputo : Coopimagem, 2000. 32 p.

Viagens com a cabaça mágica 11. Cidade de Maputo. Maputo : Coopimagem, 2001. 32 p.

VI. Colecção Nascer da Terra

Em co-autoria com Clotilde Waddington. A árvore. Maputo : União Mundial para a Natureza, 2001. 28 p.

Em co-autoria com Clotilde Waddington. Os solos. Maputo : União Mundial para a Natureza, 2001. 28 p.

VII. Colecção Saúde e Vida

Vem aí o bébé. Maputo : UNICEF, 1994. 30 p. Col. Saúde e Vida, 1

O nosso bébé. Maputo : UNICEF, 1994. 28 p. Col. Saúde e Vida, 2

Eu e a Rita. Maputo : UNICEF, 1994. 22 p. Col. Saúde e Vida, 3

VIII. Colecção Livro Didáctico para o Ensino Inicial

Em co-autoria com Natália Nuvunga. A capulana da D. Filomena. Maputo : Coopimagem, 2001. 40 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial

Em co-autoria com Clotilde Waddington. Era uma vez uma árvore. Maputo : Coopimagem, 2002. 36 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial

Vamos contar. Maputo : Coopimagem, 2003. 36 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial

Menina ou menino?. Maputo : Coopimagem, 2003. 32 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial

Em co-autoria com Suzana Duarte ; Ana Cristina Cardoso (ilust.). Menino pintado : menino mal-humorado. Maputo : Coopimagem, 2003. 40 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial.

Tesouros da Terra – lixo. Maputo : Coopimagem, 2005. 27 p. Col. Livro Didáctico para o Ensino Inicial

IX. Os Apaixonados pela Vida (HIV/SIDA)

Nós queremos viver saudáveis. Maputo : Coopimagem, 2003. 20 p.

Apaixonados pela vida – o nosso mundo. Maputo : Coopimagem, [2005].21 p.

Em co-autoria com Joaquim Matavel. Com a vóvó Laura à volta da fogueira. Maputo : Coopimagem, 2003. 15 p.

MATAVEL, Joaquim ; NEVES, Angelina (colab.). Com a vóvó Laura II: um bolo especial. Maputo : Coopimagem, 2005. 13 p

Onde mora a felicidade?. Maputo: Coopimagem, 2006. 21 p.

Mentiras da Rita. Maputo: Coopimagem, 2006. 17 p.

Rir é o melhor remédio. Maputo: Coopimagem, 2007. 13 p.

X. Colecção Fala Coração (pré-escolar)

DUARTE, Suzana ; NEVES, Angelina (colab.). A trovoada. Maputo : Coopimagem, 2005. 64 p.

A velhinha. Maputo : Coopimagem, 2005. 63 p.

Em co-autoria com Clotilde Waddington. A folhinha chamada Rufe. Maputo : Coopimagem, 2006. 60 p.

Em co-autoria com Clotilde Waddington. As sandálias. Maputo: Coopimagem, 2007. 51 p.

Em co-autoria com Clotilde Waddington. A Boneca. Maputo: Coopimagem, 2007. 48 p.O ursinho mágico. Maputo: Coopimagem, 2006. 48 p.

Em co-autoria com Clotilde Waddington. A estrelinha. Maputo: Coopimagem, 2006. 64 p.

XI. Sem colecção

Ministerio da Educação, FAO – 2006- em co-autoria com Luis dois livros para “Machamba escolar” (habilidades para a vida) – Livro do Aluno (fichas de actividas) e Livro para o Professor (com orientações)

SHELDON, Sarah ; NEVES, Angelina. Por uma escola saudável : livro do professor. Maputo : Ministério da Educação e Cultura, 2005. 62p.

Ministério da Educação, em co-autoria com Bert Sonnenschein da Iris – Pacote básico para Habiidades para a Vida – 2003 . composto de vário material, entre ele o Manual e a cáula para o formador

As minhas mãos : Nutrição. Maputo : Coopimagem, 2006. 24 p.

DEPARTAMENTO DE APOIO À INFÂNCIA ; NEVES, Angelina (ilust.). Manual sobre Programa de Localização e Reunificação Familiar. Maputo : Secretaria de Estado da Acção Social, 1992. 24 p.

Em co-autoria com Amélia Russo de Sá. Nós e as crianças – notas soltas. Maputo : UNICEF, 1993. 89 p.

O macaquinho zangado. Maputo : Cruz Vermelha de Moçambique, 1993. 14 p.

O dia em que eu encontrei uma mina. Maputo : Handicap International, 1993. 16 p.

Não deite fora. Maputo : UNICEF, 1993. 52 p.

Direitos das crianças e o Natal. Maputo : UNICEF ; E. Paulistas, 1993. 20 p.

MÃES DE MAVALANE ; NEVES, Angelina (adap. e ilust.). Fábrica de sabão. Maputo : Editora Escolar, 1993. 7 p.

MÃES DE MAVALANE ; NEVES, Angelina (adap. e ilust.). Projecto com crianças. Maputo : Editora Escolar, 1993. 7 p.

Em co-autoria com Coutinho Zitha. Tu e a rádio. Maputo : Rádio Moçambique ; UNICEF, 1994. 22 p.

Em co-autoria. Como todos podemos ser amigos. Mapto : UNICEF, 1994. 26 p.

Em co-autoria. Vamos voltar a brincar : manual à volta de brincadeiras. Maputo : UNICEF, 1994. 41 p.

Distritos municipais e a lei que os cria. Maputo : Friedrich Ebert Stiftung, 1996. 16 p.

O monte mágico. Maputo : Coopimagem, 1998, 10 p.

Efficiency or deficiency?. In : Leif Packalén ; Frank Odoi. Comics with an attitude…: a guide to the use of comics in development information. Helsinki : Ministry of Foreign Affairs, Department for International Development Cooperation, 1999, p.22-23

ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS DE MOÇAMBIQUE (recolha de contos) ; DOMINGOS, João (ilust.) ; NEVES, Angelina (introd. e adapt.). Contos da avó 1. Maputo : Coopimagem, 1999. 29 p.

ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS DE MOÇAMBIQUE (recolha de contos) ; DOMINGOS, João (ilust.) ; NEVES, Angelina (introd. e adapt.). Contos da avó 2. Maputo : Coopimagem, 1999. 30 p.

ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS DE MOÇAMBIQUE (recolha de contos) ; DOMINGOS, João (ilust.) ; NEVES, Angelina (introd. e adapt.). Contos da avó 3. Maputo : Coopimagem, 1999. 30 p.

CRUZ, Maria da Graça ; NEVES, Angelina. Kukúla ka Totó [A criança cresce]. [Maputo] : Associação Progresso, 2002. 56 p. Tradução para Kimwani da 1ª edição portuguesa.

A nossa comida quem a produz?. Maputo : Coopimagem, 2004. 23 p.

Quando eu for grande quero ser... Maputo : Coopimagem, 2004. 32 p.

XII. Reditados no estrangeiro

El miquito feliz. Colômbia : URABA, 1998. 9 p. Adaptacion al castellano y a la cultura colombiana por UNICEF Colômbia.

Buenas noches. Colômbia : URABA, 1998. 8 p. Adaptacion al castellano y a la cultura colombiana por UNICEF Colômbia.

Em co-autoria com Fernanda Teixeira ; Jorge Mesa (trad.). Manual del voluntário : el retorno de la alegria. Santafé de Bogotá : UNICEF Colombia, 1997. 34 p.

XIII. REVISTA ESCOLAR “Vamos Falar”

A Água é muito importante: em co-autoria com Mário Lemos. 2008. Save the Children (Zambézia). 12 p.

A Terra que nos alimenta: em co-autoria com Mário Lemos. 2009; save the children (Zambézia). 12 p.

Ar e Movimento: em co-autoria com Mário Lemos. 2009; save the children (Zambézia). 10 p.

* A Vida Reproduz-se: em co-autoria com Mário Lemos. 2009; save the children (Zambézia). 12 p. * ainda não impressa.

XIV. Panfletos, Brochuras e Cartazes de divulgação

Colecção de 6 panfletos para crianças “Convenção dos Direitos da Criança”

Colecção de 6 panfletos para crianças “Neste mundo onde vivemos”

1 panfleto “Informações sobre o perigo das minas e munições”

Chartboard / Quadro com 12 cartazes sobre o perigo de minas

Colecção de 6 panfletos para crianças sobre “O Corpo”

Colecção de 6 panfletos para crianças sobre “o eu sou”

Manual para o programa para localizacão e reunião familiar

2 brochuras : “Nós todos queremos viver”, “Programa ABC” (atendimento comunitário)

Cartaz “os direitos e os deveres da criança”

Cartaz com conto para as crianças pintarem : “Lucas, o braço de ferro”

Cartaz “Programa de localização e reunificação Familiar”

Cartaz de divulgação da Lei nº3/94 “Distritos Municipais”

Em co-autoria com Maria da Graça Cruz. A criança cresce : Fichas de desenvolvimento da criança dos 0 aos 6 anos. Maputo : Ministério da Saúde ; UNICEF, 1994. Folder com 8 cartazes.

5 Brochuras sobre a Lei de terras

Colecção de Cartazes de divulgação da Lei de Terras - para a Campanha Terra