Entrevista (Curso de Turismo) Setembro/2010

ENTREVISTA

Setembro/2010

*Entrevista respondida para a aluna Ivana Carla Carneiro, em uma disciplina específica do Curso de Turismo promovido pelo Colégio Júlio Teodorico, de Ponta Grossa - PR.

* * *

1 - Fale sobre o seu trabalho.

É algo simples. Em linhas gerais, uma música neoclássica, de inspiração romântica, feita em piano. Os temas trabalhados são baseados ora em questões pessoais, ora em obras de literatura (sobretudo alemã). De 2004 até o presente momento, 11 trabalhos foram lançados.

2 - Para você, qual é o sentido da arte?

A arte provém do seio do povo. É a manifestação da sensibilidade humana, cujos valores têm como finalidade a elevação do espírito.

3 - Que proximidades o seu trabalho tem com a cultura?

Sou um típico paranaense, bisneto de povos cujas fronteiras estão ao redor da Alemanha, embora tudo em minha vida se encaminhado para que eu passasse a me identificar mais com os alemães. Neste sentido, atuo como membro-diretor da Associação Germânica dos Campos Gerais. Procuro fazer da minha música também um elo com os povos dos quais eu descendo. Infelizmente em questão de Brasil, uma política que serve aos interesses obscuros de uma Nova Ordem Mundial fez com que apenas estes ou aqueles povos/etnias/raças aqui presentes tivessem o direito e a necessidade de se voltar às suas raízes. Chega a ser mesmo estranho afirmar isto, mas o fato de ouvir a voz do meu próprio sangue também é um meio de resistência com relação aos propósitos dessa falsa idéia de multiculturalismo, cujo uso na atualidade em nada corresponde com o seu sentido original.

4 - Como você percebe a arte na atualidade?

No misto de marxismo e liberalismo que se vive, a arte perdeu seu elo com a transcendência de outrora. Na música, são batidas eletrônicas de retardamento mental e letras obscenas; nas artes plásticas, animais mortos que "representam o sofrimento". Certamente que na arte, assim como em outras áreas, é possível notar a que grau de colapso a sociedade se encontra. E justamente por isso, eu, relembrando a Evola, procuro permanecer em pé entre as ruínas da modernidade e resgatar a transcendência na arte, através de uma música neoclássica sensível, cujos olhos e valores estão voltados a outros tempos. Ezra Pound dizia: "Mantenha-se firme aos seus velhos sonhos, para que o nosso mundo não perca a esperança".

5 - Que benefícios você vê através da sua arte?

Ela propõe um contato mais direto com o Eu particular (o Self, de Jung), mais especificamente em relação à sensibilidade humana. O fato de ter composto um álbum em homenagem a um familiar falecido, por exemplo, traz a possibilidade para que o ouvinte passe a se identificar com tal situação e, de algum modo, isto o fará nostálgico. Em outras palavras, são os valores através do que faço, com os quais busco não apenas propor a elevação em um nível pessoal ao ouvinte, mas também, direta ou indiretamente, faço deles a minha espada de combate contra a corrupção total da arte moderna na atualidade, que é degenerada, insensível e nociva às mais diversas camadas sociais.

6 - E em relação ao turismo, você acha que poderia atrair pessoas a Ponta Grossa devido ao seu trabalho?

Talvez sim, mas em uma escala praticamente insignificante e, por certo, seriam pessoas com as quais meu convívio vai além da música. No começo de 2010, por exemplo, um amigo vindo da Alemanha, que já havia lançado dois trabalhos em seu país, passou 22 dias nos meus aposentos. Tive a oportunidade de mostrar-lhe vários pontos turísticos da região, assim como faço com relação a outros que me visitam.

Newton Schner Jr
Enviado por Newton Schner Jr em 18/09/2010
Reeditado em 18/09/2010
Código do texto: T2506519