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O rap na minha vida

O rap surgiu na minha vida quando eu ainda era um pré-adolescente, em plena formação física e mental. Imaturo, sem senso crítico e analítico, eu estava debutando na compreensão da engrenagem sórdida da sociedade. Nessa época, eu estava começando a entender o significado de palavras como; desrespeito, individualidade, ódio, racismo, tortura e exclusão.

Desde cedo, algo em relação a isso já me incomodava. Eu não sabia dizer com palavras o que era, mas já sentia; era a sede de justiça social em ebulição no meu corpo.

Enquanto os moleques da quebrada estavam preocupados em jogar bola ou empinar pipa, eu já formulava minhas guerras pessoais para mudar o mundo. Eu já era completamente frustrado e infeliz, pois já compreendia que solidariedade, direitos humanos, direitos individuais, liberdade de ir e vir ou liberdade de expressão, não passavam de propaganda enganosa. (...) Depois de algumas doses de informação, um homem de verdade não consegue ser feliz sabendo as verdades podres do mundo.

Antes do rap, eu nunca tinha discutido sobre a luta de classes ou sobre a necessidade de políticas afirmativas relacionadas à questão do cidadão negro. Nunca tinha ouvido falar se quer a respeito de auto-estima, amor próprio, coletividade, unidade, segregação racial e social, guerrilheiros, regimes tirânicos, democracia e revolução.

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EDUARDO - FACÇÃO CENTRAL
Enviado por Emanoel Alencar em 15/03/2012
Código do texto: T3555433