ESQUIANDO NO CALOR DE AMETHYSTTE


Sempre me "intitulei" uma guerreira, corajosa como tal, enfrente de batalha; mas, confesso, "amarelei" quando houve a oportunidade de substituir o meu país (com todos os defeitos!). Agora estou diante de outra guerreira muito mais corajosa do que jamais fui. Estou falando de AMETHYSTTE, minha entrevistada na bola da vez!
Amethystte, minha doce Amey. Amei a oportunidade de matar um pouco a minha curiosidade (e a de muitos!). De ante-mão receba minha reverência.

01- Amethystte, você teve uma infância feliz no aconchego de sua família. O que a motivou trocar o país tropical pelas neves do Quebec?

Bem, eu sempre gostei de estudar e, em 2007, decidi vir para o Canadá para realizar um curso de mestrado na área de Career Counseling/Aconselhamento de carreira (Psicologia do Trabalho). Infelizmente, meu diploma do Brasil não foi reconhecido, o que me obrigou a fazer uma nova graduação. Foi muito difícil para mim, mas eu consegui concluir tal curso. Agora, por quê estudar fora do Brasil? Quando adolescente, eu morei na Bélgica com toda a minha família (dos 14-17 anos). Na época, o meu pai – Professor universitário foi fazer seu curso de doutoramento. Então, vendo meu pai nesse ambiente de estudo, com certeza, isso me influenciou. Após a conclusão do meu curso, decidi ficar por mais um tempo para conhecer o mercado de trabalho daqui. Em outubro de 2011, fui aprovada no concurso do Ministère de l’Immigration et Communauté Culturelle du Québec. Apesar de já ter recebido o meu ato de nomeação, ainda não estou 100% no cargo (como vocês podem ver, aqui também tem muita burocracia, rsrsrsrs). No momento, estou como substituta – coordenadora de projetos no que tange a inserção sócio-profissional dos imigrantes e como professora de francês. Paralelo a estas funções, juntamente com uma amiga, estou montando alguns ateliers de Croissance Personnelle/Crescimento Pessoal tendo como público-alvo a clientela imigrante e do Québec também.

02- Você está numa província francesa do Canadá há pouco mais de 5 anos. O que mais lhe faz falta aqui do Brasil?
Dia 21 de maio, completei justamente cinco anos que cheguei aqui. O que mais sinto falta é da minha família, do sol, do mar (sou do nordeste brasileiro), dos meus amigos e da comidinha caseira lá de casa, rsrsrsrsrs.

03- O que faria você pensar: "Ainda bem que não estou lá?" quando falam da sua PÁTRIA AMADA?
Eu jamais pensaria isso. Gosto do meu Brasil, apesar de todos os seus contrastes. Aqui, no Canadá, mesmo sendo um país de primeiro mundo, encontramos algumas desvantagens, sim. A lavagem de dinheiro, por exemplo, existe e isso é em toda parte do mundo. Muitas vezes, a mídia por aqui divulga alguns escândalos e outras alegações de corrupção e de suborno no mundo da política. Isso tem provocado discussões acirradas na Câmara dos Deputados daqui do Québec. Então, não é porque estamos num país hiper desenvolvido que estamos isentos de cenários desta natureza. Talvez a diferença que possa existir entre a realidade brasileira e a daqui é que, no Québec, para se combater esse cenário de corrupção, o Código de conduta ética é um mecanismo utilizado de forma mais rigorosa.

04- Quando você se deu conta que a poesia faz parte da sua vida?
Esse meu grande interesse pela poesia nasceu na minha adolescência (época da Bélgica) quando tive um "namorico" com um paulista que rascunhava algumas coisas (pois é, podendo ser um belguinha, me encantei logo com um brasileiro, srsrrs). De volta ao Brasil, cursando o meu terceiro ano científico, eu participei de um concurso de poesias no evento Semana de Artes do meu colégio. Tirei o segundo lugar com um poema intitulado "Lágrimas de um sonho". Infelizmente, não tenho mais esse poema em mãos. Também, nos tempos da universidade, eu namorei um rapaz que também escrevia coisas lindas. Depois de muitos anos, mais precisamente em 2010 (após a conclusão do meu curso), eu senti a necessidade de escrever. Comecei a escrever textos em francês e em português. E, logo em seguida, tomei conhecimento do site “Recanto das Letras” e, desde novembro de 2010, estou por aqui publicando algumas produções minhas.

05- Amey, a sensualidade exposta nas suas edições já lhe colocou em "saia justa"? Conta pra gente!
Bem, eu gosto muito de escrever sobre o tema da sensualidade porque a "sensualidade em si" está intimamente ligada à auto-estima da mulher. Tenho recebido muitos elogios por parte dos colegas, tanto do público masculino, quanto do feminino. Mas, como bem sabemos, muitas pessoas confundem "obra x autor", não é verdade? Então, respondendo melhor a sua pergunta, eu posso afirmar que fui, sou e sempre serei diplomata o suficiente para conduzir tal situação da melhor forma possível, procurando sempre mostrar que sou uma mulher de caráter, personalidade e bastante inteligente para conhecer o terreno em que piso. Na arte da sedução é preciso ter classe, como em qualquer outra situação da vida. No entanto, não será um comentário ou um email com “cantadas” meio “picantes” que irão me fazer "cair na rede’’ ou mesmo me aborrecer. O que eu tenho para mostrar e vivenciar só se resume entre meu parceiro (meu amor) e eu, e não em textos sensuais-eróticos ou afetivos. Gosto de exclusividade!

06- O que você importaria do Brasil para o Canadá e o que exportaria para o Brasil que você mais admira aí, "mas" nós não temos?
R:
Importação Brasil x Canadá = todas as frutas tropicais, rsrsrsrsrsrs... Aqui, muitas frutas chegam dos Estados Unidos, da Guatemala, Costa Rica, mas, para mim, elas não têm o mesmo sabor das nossas aí do Brasil.
Exportação Canadá x Brasil = Ah, se fosse possível exportar a questão da SEGURANÇA, sem sombra de dúvida, eu faria isso. Aqui, temos uma tranquilidade enorme. Isso é maravilhoso... Mas, em se falando de produtos, eu, no exato momento, penso no Sirop érable/ xarope de bordo. Esse xarope é feito da seiva da árvore que se chama Bordo. Sabe, aquela folha que tem na bandeira do Canadá? Pois bem, é a folha de Bordo. Eu gosto muito desse xarope. Não sei se aí no Brasil - sul e sudeste - do país existe, mas afirmo que na minha cidade natal, eu nunca vi. Como eu penso em regressar para o meu nordeste, eu exportaria – com certeza, rsrsrsrs.


07- E você pensa em voltar DEFINITIVAMENTE para cá?
Bem, no momento, estou aguardando a prova escrita da cidadania que está prevista para novembro ou dezembro deste ano. Mas, eu não tenho dúvida alguma de que eu quero retornar para ao Brasil. Essa data no calendário existe, todavia, qual será o dia exato, isso eu ainda não sei.

08- Aqui do recanto, quem você lê?
Gostaria de me abster no que diz respeito a nomes. Mas, posso dizer que tem dias que eu leio e comento bastante, mas tem dias que faço somente 4 ou 5 leituras. Bem que eu gostaria de me dispor de mais tempo para ler mais meus colegas. Aqui no RL, eu tenho aprendido muito com vocês todos. Vocês não imaginam a felicidade e o prazer que eu tenho ao ler e comentar cada um de vocês. O contato com vocês tem me ajudado consideravelmente amenizando a saudade que tenho da cultura brasileira. Posso dizer que me sinto em casa...

09- Três palavras que você associa a:
a) - Alegria:
bem-estar, família, amigos
b) - Sensualidade: sedução, amor, entrega
c) - Cidadania: sentimento de pertencimento (sentiment d’appartenance), identidade cultural, nação
d) - Morte: ponte, passagem, vida
e) - Esperança: sabedoria, luz, fé

10- Conte-nos quais são suas cinco maiores qualidade e cinco maiores defeitos:
Qualidades:
Saber ouvir meu o próximo (faz parte da minha profissão), perseverante, seletiva, paciente, humilde.
Defeitos: Fico brava quando mentem para mim, muito exigente comigo mesma (me cobro demais), teimosa, não sei cozinhar, acreditar demais nas pessoas.

Amethystte, você é uma candura em pessoa! Por isso, carinhosamente, lhe chamo de "minha DOCE AMEY". Aceite minha admiração pela sua coragem, determinação e perseverança. Estou me sentindo uma verdadeira pseudo-Gabi trazendo para abrilhantar minha página uma celebridade internacional! rsrs Obrigada pelo seu tempo me concedido! Agora, para encerrar, deixe uma frase ou poesia, a seu critério:

AMIZADE

Meu coração é primoroso
Sabes por quê?
Porque nele existe
Um lindo jardim...
As minhas amigas são as rosas
E, os meus amigos os jasmins....



OBRIGADA, MINHA QUERIDA AMEY! RECEBA O CALOR DO ABRAÇO DE INÚMEROS RECANTISTAS BRASILEIROS!

Eu é que agradeço a imprescindível amizade de todos vocês e o imenso carinho de sempre. Deixo aqui o meu sorriso de ametista e um beijo de estima e profunda amizade.





HERMÍNIA ROHEN e AMETHYSTTE
Enviado por HERMÍNIA ROHEN em 24/05/2012
Reeditado em 10/06/2012
Código do texto: T3685673
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