COMO É SER UM PERITO MÉDICO-JUDICIAL?

PERGUNTE AO DOUTOR

PÉRÍCIAS MÉDICO-JUDICIAIS

Dr. Márcio, como é ser Perito Médico da Justiça? Josué D.

Josué, quando cheguei para trabalhar no antigo “Sanatório Sayão”, descobri que a Casa recebia inúmeros pedidos de relatórios de Perícia Judicial, enviados por Juízes de todo os estados vizinhos e até do Norte e Nordeste, pois a carência de Peritos era enorme.

Eu aprendera a fazer relatórios médicos, mas entendia muito pouco do sentido das perguntas formuladas pelos advogados de defesa e acusação. Muitas vezes o Perito devia comparecer às cadeias e presídios para entrevistar os condenados, que muitas vezes demandavam para ter sua pena modificada, ou até anulada.

Logo que cheguei a Araras tive o orgulho de conhecer o Dr. Paulo Barbosa M.D. Juiz de Direito da Comarca de Araras, pessoa maravilhosa que tinha o hábito de ser rapidíssimo nas suas Decisões Judiciais, como uma clareza incrível. Conheci também o Dr. Antônio Antonini, D.D. Promotor Público de Araras e tínhamos ainda um excelente membro na Diretoria do Sanatório, que era o Dr. Max Baruto, advogado brilhante, aos quais solicitei aprendizado em Perícias Médico-Judiciais.

O Ensinamento me motivou a “traduzir a linguagem Jurídica e eu compro sempre o VADEMECUM de Direito, que mostra as últimas novidades.

Os periciados devem ser tratados como pessoas que pleiteam ajuda e por isto, não podemos ter preconceitos, ou julgamentos errados à sua atuação. Tenho amizade a criminosos terríveis, que me escrevem da prisão, informando-me que as perguntas feitas a eles, nunca dirigidas para um julgamento meu, serviram para abrir-lhes a cabeça e prometeram mudar de vida ao terem sua liberdade. Aprendi a fazer uma Abordagem-Cognitivo-Comportamental, que não induz comportamentos, mas cria raciocínios lógicos do próprio Cliente, com base em seu caminhar, ajudando-o a descobrir sua diretividade.

Considero-os indivíduos que não tiveram a chance de receber uma orientação adequada, ou foram envolvidos por colegas que exploraram suas fraquezas, mentiram para eles e os envolveram em atitudes graves.

Eu não posso, pela Lei, fazer perícias em meus Clientes. Já tentaram me imputar esta acusação e fui obrigado a provar, desmenti-los e a pedir desculpas.

Muitas vezes, a Clientes meus são impostas Perícias Médicas e até mesmo Médico-judiciais, onde posso ser nomeado auxiliar de Perito e meu papel é ver as perguntas que o Perito Principal faz ao cliente, bem como as perguntas que o Auxiliar de Perito da parte acusadora pede ao Perito Principal para fazer ao Cliente, mas somos impedidos pela ética de fazermos perguntas diretas ou traçarmos estratégias, sejam quais sejam, para defender ou acusar, quem quer que seja.

Após o Parecer do Perito Principal, eu e o outro Auxiliar de Perito temos que manifestar nosso apoio, ou contestar algo que discordamos.

Tudo isto me dá condições também, de somado ao fato de eu ser um Consultor de Relações Humanas, em Empresas de renome (escrevi um Livro sobre este assunto aqui no www.recantodasletras.com.br/autores/drmarciofunghi, procurar em E-Livros, sobre este assunto), me faz ver que as Empresas insistem em chamar seus colaboradores de recursos humanos, demonstrando que não sabem cativar seu lado gente impulsionadora da empresa, muitas vezes comandados por um “mão de ferro”, que faz com que os funcionários detestem o trabalho, muitas vezes criando sabotagens, vandalismo e falta ao trabalho (absenteísmo), levando às agências concessoras de licenças médicas, a ficarem lotadas, com, a meu ver, mais de 80% de indivíduos cuja única doença é uma neurose de evitação àquele trabalho, que ao invés de pedirem demissão e procurarem outra ocupação, querem se afastar, serem demitidos, ou ficarem perturbando os senhores Peritos Médicos, muitas vezes ameçando-os e atrapalhando o julgamento preciso daqueles que precisam realmente de afastamentos para tratamentos reais.

As empresas precisam mostrar através de cursos e palestras sobre Relações humanas nas Empresas, para que o ambiente se torne agradável, onde todos vivam seus 30% de vida felizes, vivendo e sentindo crescer sua Empresa, muitas vezes com melhores salários, promoções e até festividades na empresa, onde se comemorem resultados, com a participação de todos, inclusive como acontece em algumas empresas onde já atuei, existam festas e churrascos cujos custos os próprios funcionários alegremente contribuem.

No mundo todo, como tenho repetido sempre, dinheiro é importante, mas não é tudo: falta motivação, criação de ambientes felizes e mais, muito mais comunicação. SENÃO, :-(( :-((...

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Dr. Marcio Funghi de Salles Barbosa

fale@drmarcioconsigo.com (sem br)