CAMINHAR É MUITO BOM, DESDE QUE...

DR. MÁRCIO – Eu, meu marido e meu filho de doze anos caminhamos todas as tardes, até quando estamos em viagens de férias. Levamos uma vida saudável, seguindo alimentações e repousos com muita tranquilidade e seguindo recomendações médicas. Nosso local adorado é na Avenida Dona Renata. Nos divertimos bastante com os encontros de amigos e com o exercício dos transeuntes, mas para nossa surpresa, meu filho precisou ser internado este fim de semana, com uma pneumonia, que nos deixou assustados. Como explicar isto? – Odete O. M.L.

ODETE – Em primeiro lugar quero fazer uma brincadeira: o seu sobrenome simplificado, me fez pensar numa música que o Brasil já cantou e canta muito: “Odete ouça os meus lamentos...” Não pretendo chatear-lhe, mas coincidiu e achei interessante vir à minha mente a associação.

Um dos melhores exercícios que podemos e devemos fazer é caminhar, movimentando os braços e fazendo exercícios respiratórios sem exagero, iniciando nossa jornada depois de algum tempo que nos alimentamos e tomamos líquidos, nos armando de prazer ao fazer esta jornada. Só que o nosso percurso deve ser estudado, pois a escolha de um local cheio de automóveis em movimento irá fazer com que aspiremos a fumaça, repleta de restos da queima do combustível, que tem enxofre, gás carbônico e poeira levantada pelos pneus, além de outros contaminantes.

Araras tem um lago, que está sendo revitalizado, onde brinquedos para a criançada e uma fonte chamará a atenção dos transeuntes, pelo descrito; entretanto espero que o meu sonho seja alcançado, ao derivarem o tráfego, após um detalhado estudo, para que os carros não desfilem próximo aos caminhantes e que mais árvores sejam implantadas na área externa do caminhar, pois elas ajudam a reter a poluição acima descrita.

Vejo pessoas caminhando, sem se preocupar com o benefício que poderiam alcançar, mas mantendo uma postura de mostrar-se.

Fica claro que o exercício deve causar distração e prazer, mas os locais precisam ser apropriados, com boa ventilação, sem perigos de tropeços e lógico, sem poluição, de forma a não contaminarmos nosso aparelho respiratório, o que poderá exigir desgaste da resistência e intoxicação, causando pneumonias e tosses sem motivação aparente para quem se exercita nestes locais.

Aproveito a chance para voltar a um assunto que me assusta: A implantação de uma fábrica de produtos para a agricultura, quase dentro de Araras. Estivemos em contato com Uberabenses, inclusive parentes meus, que me relataram , como já sabíamos, estar a filial da empresa FMC, a vinte quilômetros do centro de Uberaba, ao passo que a nossa está praticamente dentro de Araras, de fontes de água, de empresas ligadas à alimentação. Isto eu não vou aceitar nunca, mesmo que me tratem como implicante. Sou médico, estudo bastante a medicina geral e sei dos problemas que foram levantados, com certeza e descuidados pelas autoridades, inclusive pela CETESB.

Na última reunião pública na Casa da Cultura, houve até uma tentativa de intimidação, onde as autoridades levaram policiais, segundo me declarou um deles, para evitar “confusões”. Eu me pergunto: desde quando manifestações e indagações sobre um assunto tão relevante como este, podem se tornar confusões. Senti-me tão injuriado que nem aguardei o final da reunião; fui para casa, sentindo-me como quisessem tratar-me como um animal.

Espero que as autoridades estejam convencidas de que seu gesto não trará complicações, pois sei que se suas consciências não os maltratarem, caso surjam imprevistos graves, eu prometo acusá-los publicamente.

Mas voltando à sua pergunta, faça, com os caminhantes, um pedido à prefeitura, para criarem mais locais de exercícios, se possível, com orientadores de fisioterapia, ao contrário de criarem fisiologismos.

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Dr. Márcio Funghi de Salles Barbosa

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