FAMÍLIA NERVOSA: O QUE CRIA ESTE AMBIENTE?

Ignácio -> Dr. Márcio, qual a causa e a solução, para evitar que uma família tenha um diálogo agressivo? Vivo tenso e toda a minha família irritada sendo que antes de me casar eu era tido como calmo, coerente, com medo dos meus pais.

Dr. Márcio -> Meu caro Ignácio, assim como dizem que dinheiro atrai dinheiro, agressividade atrai agressividade, quando o ambiente é inseguro.

Devo estar cansando os leitores, com minha reflexão repetida: “Quem agride está inseguro, assim como também o está, quem se sente agredido”.

Existem muitas causa para a criação de um ambiente inseguro, agressivo no nosso dia a dia. As principais causas são doenças em alguém na família, dificuldade financeira, má habitação, falta de contato social (vizinhos e parentes), inteligência deficitária em alguém da família, situações causadoras de choques emocionais e tantas outras, que dariam para encher mil páginas.

A mais frequente é a formação errada do casal, por causa da formação psicológica durante a vida de solteiros, levando ambos a se acostumarem a um ambiente agressivo, no relacionamento entre os pais, com crises de ansiedade e intolerância, que acabem transformando os filhos em inseguros, agressivos, quando contrariados, usando a mesma forma.

Isto como já citei se deve ao fato de cada um de nós ter um hormônio de cheiro não perceptível conscientemente, exalado pela pele, que entra por um pequeno orifício nasal, chamado de órgão vomeronasal que colhe este cheiro do companheiro, identifica-o com sua maneira de ser criado e os atrai criando o problema, muitas vezes, por crer que sendo algo que conhece, tornará o par mais amigo. É um grande erro com certeza.

Se a formação do ser humano fosse completada nas escolas e demais órgãos de educação pessoal, com a preparação dos indivíduos a receberem uma abordagem cognitivo-comportamental, onde as pessoas aprenderiam a se olhar e fazer sua reforma pessoal (chamo isto de DO IN), percebendo as consequências da manutenção dos seus problemas , com a compreensão e mudança dos mesmos, sem seguir normas impostas por escolas psicológicas, mas vendo como mudar e viver felizes, com certeza o mundo não estaria tão dizimado, com dirigentes de uma incapacidade cruel, causadora de tanta fome, desgraça, temor ao dia seguinte.

Para se conseguir isto levaremos algum tempo, pois nossos dirigentes preferem lidar com ignorantes, que são manipulados conforme “SEU MESTRE MANDAR”.

Como esta introspecção é muito boa, mas difícil de ser conseguida pelos sem poder financeiro para tal, os que puderem fazê-la, deveriam conseguir e viver melhor.

Pessoalmente tenho a certeza de que a maior parte dos humanos tem a falsa crença de que buscar ajuda psíquica é declarar-se “doido” ou “um perturbado mental”.

Esta é inclusive a causa da maioria das pessoas, que gostariam de conversar com um psiquiatra, só o fazem quando o encontram na rua. E se crêem que necessitam desta ajuda, buscam de forma insegura, ajuda em outras cidades, muitas vezes com profissionais não preparados para usar esta técnica.

Todo psiquiatra e psicólogo que faz esta abordagem “cognitivo-comportamental” têm que ser submetido a este processo, pois senão acabam fazendo orientações conforme crêem ser boas e não como devem ser feitas.

O processo não impõe respostas a perguntas “matemáticas” do analista, mas este conduz a fazer o indivíduo se entender, percebendo como age e como pode ser feliz, sem ingressar num comportamento ditado pelas escolas “analíticas” do passado.

Vejamos, por exemplo, as religiões: cada crente em sua fé, crê que se não cumprir o que sua diretriz pastoral exige, encontrará algum obstáculo, mesmo que isto lhe obrigue a agir de forma criticável.

Não exigir posturas predeterminadas, eu creio ser sadio e só nos faz ver que temos a vida para sermos felizes e tornarmos automaticamente felizes, os que convivem com a nossa felicidade, sentindo-se livres, quando alguma idéia lhes traz felicidade real, sem prejuízo nenhum.

O grande problema que identifico é que a maioria das pessoas procura seguir um comportamento já traçado pela sociedade, como votar errado, por exemplo, só para seguir o que lhes obrigam “os amigos”.

Vamos parar e repensar sem medo: “Quem eu sou”? “Como eu ajo”? “Porque eu ajo assim”? “Como posso mudar-me, tornando-me feliz, sem prejudicar a ninguém”? “Como posso deixar meus próximos mais felizes, sem ficar ou fazer-lhes tristes”?

Sabe qual o pensamento eu creio seja inspirador para mim? “Ainda falta uma imensidão de conhecimento para a humanidade ser completamente sem dúvidas. Por isto busco, sem me punir, se demoro a encontrar a solução.

Abraços e sucesso, para todos que entenderam estas considerações.