Num mundo confuso, vale a pena drogar-se?

Dr. Márcio – Vivo uma vida muito sofrida com meu filho de 30 anos, se drogando desde os 15 anos. Não sei mais o que fazer. Já fui ameaçada de morte e meu marido quis matá-lo. Como impedi, ele mora numa casa separada da nossa e pede para que eu e minhas duas filhas o visitemos. Meu filho rouba, trafica, assalta pessoas à noite e eu já cheguei a desejar que Deus o recolhesse, mas creio que precisamos aguardar o seu despertar, para que tenhamos paz. O que o Senhor me aconselha? Maria C.P.

Maria – As pessoas que fogem à realidade usando drogas, não o fazem por necessidade de agressão e sim por fuga a realidades que não conseguem encontrar, seja por quadros depressivos intensos, seja por medo de se encarar seriamente.

Citarei as principais causas deste mal, sem querer taxar ninguém, mas baseado nos casos que atendemos

com frequência cada vez maior.

Primeiramente quero lhe falar que não nascemos sabendo o caminho certo a seguir, pois apesar dos ensinamentos, muitas vezes os pais temendo um desvio na personalidade dos filhos, agem com uma autoridade exagerada, esquecendo que o amor é a única arma válida, na educação.

Muitas vezes os problemas surgidos dentro de uma união matrimonial, faz com que os pais não façam gestos coerentes, levando a um desequilíbrio familiar, onde para parecer ser bom, tomam o partido de um, ou dos filhos em geral, fazendo com que o outro seja visto como um anormal. Conheço casos onde os irmãos mudaram de casa, para não viver com o protegido, que se droga e é agressivo até quando tenta ser alegre.

Muitos casos surgem no processo escolar, onde por déficit de compreensão do aluno, ou por professores ou a diretoria angustiada por somenos, os maltratam, exigindo um comportamento que cria a ideia de estar sendo marginalizado. Tenho visto com muita frequência estes acontecimentos, onde sou muito convocado a fazer palestras para os alunos e professores, pregando um concerto via amos, diálogo, entendimento dos problemas surgidos.

Outra causa comum é a falta de explicações sobre o desenvolvimento sexual, onde este período surgindo hoje, muito antes que há 30 anos, as crianças brincam inicialmente com os do mesmo sexo e a por volta dos 12 a 15 anos, descobrem seus pares, iniciando a vida heterossexual. Entretanto, muitos pais temendo que os filhos sejam homossexuais, os agridem verbal, ou fisicamente, esquecendo-se ou fingindo não lembrar que já passaram pela descoberta do sexo com o homossexualismo, criando a impressão nas crianças, de que sua preferência seja o homossexualismo, sofrendo com isto e buscando as drogas para fugirem desta roupagem imposta. Conheço muitos casos de pessoas que viviam bebendo ou usando outras drogas, por este motivo de má educação e que só fugiram do vício, por encontrar uma companhia sublime, que as fez compreender a classificação errada que lhe expuseram.

Estamos tendo a chance de ver uma novela linda, a Império, onde dois falsos homossexuais estão sendo redirecionados e um personagem que adora vestir-se de mulher, embora sinta ciúmes de sua funcionária, sempre que vela “paquera” alguém e quando preciso responde com voz masculina, defendendo seus pensamentos.

Os “amigos” que quase sempre são imputados como viciantes, apesar de doentes, imaturos e burladores da lei, nunca podem ser apontados como os viciadores, pois eles não conseguem fregueses, junto aos jovens normais. As causas com certeza se devem à insegurança do usuário seja adquirida ou genética. Aqui chamo a atenção para usuários que tem doenças depressivas, ou que tiveram problemas físicos, que os levaram a se sentirem incapazes, sem a fuga pelas drogas.

Preciso aproveitar a chance desta resposta para assinalar que os drogados usam fumo, bebidas e as drogas mais fortes como maconha, cocaína, crack e outras mais modernas, que prefiro não citar, todas elas viciantes.

Existem pessoas usando o fato de que estão testando derivados de algumas destas drogas, modificando os sais, para tratamento de doenças graves como o Alzheimer, por exemplo. Pode até ser que consigam, mas o uso destes medicamentos não deverá produzir vício.

Pessoalmente eu prefiro fazer meus clientes usuários, ou não de drogas a pensarem, a se descobrirem, para nunca precisarem fugir da vida, que é cheia de questões a serem resolvidas, mas que nos fazem sentirmos adultos capazes e felizes.

Maria procure ajuda especializada para o seu filho, com gente competente, mesmo que isto implique em fazer internações de desintoxicação e de fazê-lo se encontrar.

Só para motivá-la cito um caso de um escritor, que chegou a ser internado por 19 vezes e lhe foi imposto, que só sairia da internação se parasse de usar drogas. Ele parou e apesar de não ser nenhuma maravilha, tem procurado ajudar outras pessoas, que gostam de seu estilo e de descontraem.

Felizes descobertas para você e para todos que buscam seus caminhos,a partir deste ano que se inicia.