TREINANDO A COMUNICAÇÃO

Tenho recebido diversos pedidos de escritos, sobre como melhorar a Comunicação.

Assim resolvi fazer este artigo, abordando o assunto, que creio poderá ser feito em Empresas, Sociedades Civis e até Famílias. Será útil e divertido e deve ser repetido com frequência, até conseguirem um bom entendimento sobre os diversos assuntos abordados, criando confiança na abordagem dos problemas da vida e como resolvê-los

Faça um pequeno teste: convide alguns amigos à sua casa; arranje uma historieta simples; ponha parte de seus filhos e convidados para fora da sala; desligue a TV e mande entrar o primeiro voluntário. Deixe antes que ele entre, lápis e papel sobre a mesinha de centro. Dê plena liberdade, se ele quiser anotar algo.

Diga-lhe: "Tenho aqui uma historinha, que vou lhe contar (invente uma inicial, bem simples). Ouça, faça anotações se quiser, apreenda-a e conte para o próximo a entrar, que contará para o outro e assim sucessivamente". Peça para não comentar nada com os outros, ao sair

Conte a história, que sugiro, seja lida, seja curta, mas com detalhes. Deixe que o ouvinte chame o próximo, lhe conte o plano, a história e preparem-se para rir “às bandeiras despregadas”.

A conclusão será inevitável: não sabemos ouvir, temos medo de errar nas nossas tarefas e acabamos não sabendo comunicar, errando de modo crasso.

A comunicação no meio jovem, se reduz a uns poucos “cara”, “falô”, “só”,”podicrê”, “irado”, “ligado”, “pó”, “pedra”, “cerva” e outras onomatopeias acompanhantes, que chega a irritar os adultos, mas eles sabem o que o outro diz.

Até há pouco tempo, só usávamos poucas gírias, como “mala”, “mala sem alça”, “legal”, “chapa”, espalhados no meio do português, que mesmo coloquial, era a língua reinante.

Podemos mudar de país; nos dirijamos pra terra do caubói ira(quia)do, por exemplo. Lá a linguagem virou uma mistura de números e letras, que mais parece marcação de liquidações.

Diz a piada que só os ingleses machos, falam correto, o resto rosna com o guarda-chuva. Até a rainha filha, que agora é mãe do “prinspe”, já foi achincalhada, sem que citassem seu nome. O que é proibido pela coroa.

Assim, imagine no seu trabalho, você um alto executivo, com a cabeça cheia, tentando comunicar uma tarefa para seu subordinado. Se não souber o vernáculo corrente, foi...

Em breve não demora sair um pós-graduado indefinido em comunicação emergencial. Duvida? Pois cito um exemplo: os entendidos sabendo da situação preta existente no país recomendam que em caso de assalto, não peça por socorro e sim grite: “Incêndio!” Será mais fácil ser socorrido, a menos que o ouvinte raciocine que deve ser blefe, pois estaremos gritando a plenos pulmões, sob efeito da fumaça. Para ser mais convincente, é bom gritar “Incêndio!”, seguido de “Cof, cof”.

Brincadeiras à parte, imaginem um Zé, a elencar, transmitindo ordens para seu imediato e dizendo:

“Quero que baixem os preços de nossas mercadorias, para vendermos mais!”, e o imediato retrucando: “Mesmo se a causa da pouca compra, não for o preço?” Pode?

Pensando na facilitação à leitura, as editoras de revistas as redigem com letras que têm serifas (rabinhos), auxiliares do diferencial alfabético e em colunas, para os leitores não se perderem nas linhas, senão o pessoal não lê nem o pouco que tenta fazer. Aliás este é o motivo das emergentes gostarem de jornais, abrem, vêem se saiu a sua foto dentre as “culturetes” e lixo!

Assim, a recomendação é uma só: traduzir os dialetos a um nível inteligível, porque a língua mãe já está virando luxo, para alguns poucos espertos! E principalmente, entender que o dialeto profissional é linguagem baixa, como a binária é para o computador. Linguagem de alto nível, é a que pode ser entendida. E só sabe transmitir, quem sabe o que faz.

Em minha experiência como Consultor de Relações Humanas nas Empresas, a principal causa de crescimento lento, se deve à não comunicação linear, inteligível. Cada Departamento tem sua linguagem e ao participar o gerente de reuniões com outras áreas, costuma-se iniciar a construção de uma Torre de Babel.

Quantas vezes fui convidado a participar destas reuniões, para traduzir às áreas, o quê estava sendo dito.

Nossa proposta é a criação de cursos de Aperfeiçoamento de Comunicação para Lideranças, onde um dialeto comum acaba sendo criado. Fazemos questão de repetir o óbvio:

Já dizia o Velho Guerreiro:

"Quem não se comunica, se trumbica"

Completo e deixo por inteiro:

"Tem medo, quem não se comunica!"

_______________________________