Entrevista - HéliojSilva

Conheci Hélio e sua poesia no Recanto das Letras. Cheia de encantos. E de uma revisão ímpar. O clássico na simplicidade. E a beleza da luz. A escrita de Hélio como um halo harmônico dele mesmo.

1) De onde vem esse talento para a poesia?

Hélio: Rsrsrs, talento? Bondade sua, escrevo apenas para aliviar a alma. Onde me liberto no que escrevo, nas estrofes dos meus poemas.

2) Desde quando escreve?

Hélio: Comecei a escrever tarde. Antes tarde do que nunca, foi em maio de 2010. E depois disso não parei mais.

3) Como faz levezas no mundo bruto? Mas tua mão à escrita não é rude nem pesada. Explica essa beleza da simplicidade em teus versos?

Hélio: Acredito que a vida real já muito dura, mas nem por isso devemos tapar o sol com a peneira. Então falo de amor, questão social, até da amargurada dor, com simplicidade usual. Meus versos são de um menino feliz. Que corre que brinca, que suja a roupa. Não do homem insensato com ganância louca. Meus versos são de um pequeno aprendiz.

4) Quem te inspira? Quais os teus preferidos da literatura?

Hélio: Na verdade nossa Literatura é muito rica, gosto do Vinicius, Drummond, Cecília, Gullar, Cruz e Sousa, Salgado Maranhão, mas, o que me fascina realmente é o Augusto dos Anjos, esse cantou a morte, enalteceu o verme, reverenciou a podridão, de maneira poética e bela. Acredito piamente que Augusto é o Poeta mais Original do Brasil.

5) Logo percebi seu talento para desenho em muitos textos seus. Na poesia você desenha e o leitor vê. Segue os traços bastante firmes e seguros. Como se dá isso quando está escrevendo. O desenho é dentro e você criptografa para a palavra? (Rs)

Isso tem a ver com os seus textos infantis?

Hélio: Quando jovem, lia muito gibis, era fã incondicional, dos X-men, Batman, Homem Aranha, Novos Titãs, Conan, Demolidor, etc... E com isso veio a paixão pelo desenho, ele está em mim, talvez por isso a coisa flui de maneira simples e natural.

Pode ser que sim, uma vez que a criança ainda vive em mim. Hoje mesmo estava num site especializado em HQ, esse mundo ainda me fascina.

6) Percebo que na sua produção poética, a música anda tocando por aí? Fala pra gente das suas referências?

Hélio: Na música sou um apaixonado. Amo Legião Urbana, Engenheiros, Cazuza, Ira, Titãs, Sepultura, Cícero, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano, Betânia, Raul, Zé Ramalho, Zé Geraldo, Geraldo Azevedo, Fagner, Elba, Huaska, Adriana Calcanhoto, Plebe Rude, Capital Inicial... São muitos...

7) Diz também um pouco sobre essa flora que aflora nos teus textos? A presença das flores, das plantas, da natureza. Fala um pouco sobre isso também. De onde brota? Como cultiva isso?

Hélio: Gosto da natureza. Do verde das matas, do ar puro. O segredo é a observação, pois a natureza é exuberante em beleza natural.

8) Hélio, você também dialoga com lisura, acabamento e leveza. Preza por isso no deslizar dos versos. Qual o movimento que faz sobre a sua poesia? Ele vem de onde? Que ramificações tem?

Hélio: Minha poesia brota do meu ser, escrevo o que sinto, às vezes com métrica, outras vezes sem, mas minha poesia é livre, meio pagã, procuro dar um sentido a ela. Na verdade, ainda não sei defini-la. Rsrsrs, é isso...

9) Amor é seu mote mesmo quando não fala dele. Você pensa com amor? E quando escreve?

Hélio: Quando escrevo penso num determinado assunto. O amor é dom maior, penso e sinto com certeza. Tudo que fazemos com amor é mais prazeroso.

10) Hélio é seu nome? É quem representa o Hélio?

Hélio: Sim, meu nome é Hélio José da Silva, sou Goiano, casado, dois filhos, funcionário público. Quem me representa é minha atitude diante da vida. Quero ser lembrado pelas minhas boas ações, meus bons exemplos. Minha consciência limpa é meu travesseiro mais macio.

11) Tem um texto seu que mais gosta? Qual?

Hélio: Olha... É Difícil! Até por que, estamos em constante mudança. Às vezes achamos um texto interessante e depois de algum tempo, já não é mais. Sinceramente é bem difícil essa resposta. Vou ficar te devendo. Mas, eu te pergunto, qual você mais gostou?

12) Qual a relação entre você e a poesia? Também percebo regras em seus textos. Mas não faz delas regra nem exceção. Existe um modo de estar ou ser ao escrever um texto poético ou não? Como se sente enquanto escreve? Quer dizer algo sobre qualquer coisa?

Hélio: Minha relação com a poesia é uma simbiose, e minha regra é não ter regra alguma. E quando escrevo, solto as algemas do pensamento, e este voa livre. Quero dizer que fiquei muito feliz, pois pude falar um pouco mais de mim. Agradeço o carinho, consideração e respeito. Abraço do tamanho do mundo.

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Obrigada Hélio pelas respostas ao questionário carinhoso que virou entrevista. Assim que é! Obrigada por poder mostrar a luz de sua poesia, esse teu halo de que tanto falo, essa lisura que os leitores visu_alizam. Um beijo e aquele abraço do tamanho do mundo!

Entrevista cedida nesses dias de novembro, presente de primavera.

Alessandra Espínola
Enviado por Alessandra Espínola em 12/11/2015
Reeditado em 12/11/2015
Código do texto: T5446509
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