oração ao desvio

o lado inativo

do infinito,

a sombra que gorjeia

o lampejo do inútil e

a inundação da seca,

são.

à autenticidade

de cada pulsar azul

dou-me em tiras

de pele

templo dos símbolos

ancestrais,

de mim.

(quero fazer

marcas

no avesso das nuvens

chuvosas

e por vinhos dionisíacos

a embebedar o mundo

com danças incandescentes)

em meio a incompletudes

plenas

de rastros oníricos

sou

meio nada:

Q

U

E

D

A

de uma servidão de águas

de solo tenro.

ventre de ternuras

lascivas

loucuras ancestrais de Afrodite

a dançar

nua

na senda do mundo:

B

U

R

A

C

O

de véus.