no fundos

no fundo de meus sonhos

tenho o encantamento

do receio

de viver cada noite

como se fosse una

e os mil sóis apagados

sofro de frio

com o silêncio de folhas caídas

húmus ao relento

no fundo do meu leito

nocturno

tenho o assombro

de perder-me

andarilha

com pó e areia

sem sair do lugar

no fundo

e em vigília

sou aquilo que temo

não ser

não ver

tampouco sentir.