((FERIDA ABERTA * CANZONETO)) 007

Uma chaga aberta sangrando

Enquanto lágrimas vão se derramando

Insurge-se em qualquer momento

Banindo do instante o contentamento

Meu silêncio dolente denuncia

Na alma laivos da palavra inclemente

Que transfigura minha face doente

No peito uma lacuna aberta

Reside a dor que aperta

Como azagaia cravada que estanca

Da ferida o sangue que arranca

Não quero ser núncia da palavra corrosiva

Antes como lada das águas permissivas

Que permite transportar fragas do amor

Que meu viver em gestos libente

Tão somente seja eu contente

Em gestos atitudes e palavras

Qual libélula minh’alma em haras