ENIGMA POLICIAL - O destino de Joaquim

Quando Demóstenes Hortira adotou Joaquim, o menino estava com dez anos e vivia em uma instituição dirigida por senhoras da comunidade. Embora o menino Joaquim, que fora recolhido das ruas aos cinco anos, tivesse sempre demonstrado boa índole, havia o temor de que, um dia, fosse arrastado para o crime, como já acontecera com outros meninos abandonados pelas famílias.

Contudo, o destino foi bom para Joaquim e colocou em sua vida a figura do bondoso Demóstenes, que lhe ofereceu um lar e estudo. O menino cresceu, formou-se em Direito e obteve aprovação no concurso para a Defensoria Pública.

No dia em que Joaquim tomou posse como defensor público, Demóstenes ofereceu um jantar em comemoração e, depois de presentear-lhe com ma caneta de prata com frisos de ouro que mandara confeccionar para a ocasião, proferiu um pequeno discurso agradecendo aquela imensa alegria que o rapaz lhe proporcionara. Depois de guardar o presente no bolso, Joaquim disse palavras amorosas para seu pai adotivo.

Terminado o jantar, Joaquim apanhou o carro e foi levar sua namorada em casa. No meio do caminho foram abordados por assaltantes armados, que levaram o carro e os pertences do casal.

Um mês depois, a polícia encontrou o carro de Joaquim na garagem de uma casa no subúrbio da cidade. O inspetor Alexandre Siegen, que acompanhava esse caso desde o começo, ouviu o depoimento de João, o proprietário da casa onde o carro foi encontrado. João disse ao delegado que aquela casa estava abandonada há três anos e que ele morava em outro endereço. Disse que durante esse tempo não esteve na casa e que não sabia quem colocara aquele carro lá. Depois de afirmar que não tinha nenhum envolvimento nesse assalto, João assinou a cópia do seu depoimento e deixou a sala. João levara documentos para comprovar seu endereço. Após a sua saída, o delegado disse ao inspetor Siegen: - Se ele não mora lá e se não ficar comprovado que ele não praticou o assalto, ainda assim poderá responder por receptação de veículo roubado.

- Creio que ele já pode responder por roubo - disse o inspetor Siegen.

Por que?

Aguia das Letras
Enviado por Aguia das Letras em 29/10/2013
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