Sobre M.

Ela é uma menina que escreve como mulher.

Que se expressa de uma forma que é para poucos,

e o que mais me espanta, é que sempre me toca.

Me puxa pra fora sentimentos misturados, que em geral eu escondo muito bem no dia a dia

e só exponho quando escrevo.

Essa menina, eu não sei de onde veio, mas de repente,

se fez presente e ocupou minhas madrugadas

com conversas e poesia.

Na primeira luz da manhã, sempre procuro os versos dela,

e as mensagens que me deixa.

Tão pura e crua, tão carregada de desejo.

Cheia de mistério, de angústia e de temores.

Cheia de amor e frustração.

Procuro versos que de certa forma, soam aos meus ouvidos, tão familiares quantos os meus.

Talvez seja porque ela me lembre de mim mesmo,

antes que eu me tornasse tão amargo.

Por um tempo, fiquei com tudo isso na cabeça,

sem saber ao certo o significado dessa empatia,

ignorante quanto aos sentimentos dela.

Até que numa manhã de sexta feira, ela entrou em mim,

povoando meus sonhos intranquilos com toda sua intensidade.

Me trouxe do fundo do poço, que com tanta insistência eu vinha cavando.

Me tirou do marasmo, jogou meu pessimismo fora,

Me fez sorrir um tipo de sorriso que eu tinha esquecido que existia.

Ela me fez calcular possibilidades,

me trouxe de volta aquele frio invulgar nos intestinos,

que há tanto tempo eu esperava

mas não sentia.

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 05/04/2014
Reeditado em 05/04/2014
Código do texto: T4756839
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