De grão em grão [13]

Quando alguém está prestes a ir embora, nós nos despedimos da pessoa. Em vida. É diferente de quando alguém morre, que nos despedimos da pessoa depois que ela já se foi. Só nós nos despedimos. A pessoa que se foi não teve esse tempo.

Fico imaginando se pudéssemos nos despedir em vida das pessoas que gostamos, pouco antes de partirmos. Já pensou se soubéssemos exatamente o momento em que fôssemos morrer? Seria trágico. Desesperador.

Se já é terrível e desesperador o momento em que sabemos que a pessoa já se foi, que não tem mais jeito, imagina o quanto pior se víssemos os últimos grãos de areia da nossa ampulheta se escorrendo sem que pudéssemos evitar...

Sim, seria muito mais difícil. Tanto se soubéssemos a hora da nossa morte como a de quem amamos. Tem coisas que é melhor a gente não saber. E não só essas questões cruciais de vida e morte. Tem coisas pequenas da vida que se soubéssemos, se tornariam grandes tormentas. A prova é quando sabemos de algo que preferiríamos não saber! (Só descobrimos isso depois de saber!). E o duro é que só as coisas irreversíveis é que deixam arrependimentos.

Mas nunca sabemos quando vamos, quando alguém vai, quando será o último momento ou a oportunidade derradeira. Nunca teremos a certeza se não tentarmos.

[Que legaaaal, Olívia! Mais uma vez, super obrigado! Desta vez, fui agraciado não apenas um, mas com dois comentários! Adorei! Tenho feito amizades preciosas por meio dos meus textos. Um beijão!]

Hélio Fuchigami
Enviado por Hélio Fuchigami em 15/07/2014
Código do texto: T4882677
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