Sina de menina

Ontem à noite, intensa tempestade revirou o solo e fez ruírem as rochas. Sua mente que, até então, era só calmaria, contrastava com a placidez do sorriso morno. Chorava Marina. Era a menina.

Mente que oscila;

Do céu ao inferno, e

Do inferno ao céu

Em poucos minutos, sozinha.

_Segredo meu, que não quero contar...

Preocupou o mar

Desenrolava suas ondas pela areia,

Carinhando os pés da menina

O céu, soturno, uníssono com o imaginário lúgubre que a assustava:

Seria tão triste, assim, sua sina?

_Por que tal destino?

Levanta, olha, e pelo escuro caminha.

Mar:

Sem saber o que fazer, encheu o peito com o mais terno amor,

e Com sua leve brisa, soprou.

As nuvens desnudaram a Lua,

Que luz prateada derramou sobre os dois!

E abençoou.

O choro cessou.

Pequena onda tocou seus pés,

Risonha espuma branca cocegou:

Dançaram leve música do universo, que conspira.

_Jura, Marina. Esquece o medo.

Assentiu, sorriu. E virou plural. Mar e Marina. Ela, sua mulher, e sua menina.

Fernanda Bess
Enviado por Fernanda Bess em 07/06/2016
Código do texto: T5660660
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