dèjà-vù

viagem velha, selvagem, imagem supernova. a lava do coração de java cavalga a vulva-válvula do vulcão. as almas dos anjos-ratos na mesma vala onde estavam os estreitos laços entre os olhos e o retardo, o óleo e o retrato. no mesmo vale, o vale a mais e a mais-valia, o lato-sensu e os lava-jatos. Sobrevoa a águiásia de outras águas, numa asa amnésia noutra anemia. leve palavra lívida: avião-de-papel-porta-navios; eis que vi, a página que nunca escrevi, como virá-la? como variá-la, a vagina que dèjà-vù, o pau-comeu e eu não li, e se li não entendi, e se entendi fiz que fiz mas virei a esquina. falando em javanês, que tem a ver a língua que nunca vi passar por aqui, com as presasoltas do javali, se o som que lesa-lexa não é a saliência lasciva da ilha javanesca, quiçá fosse japonesa, mas uma quebra amerimecânica desvaída que lembra a portuguesa vinda da filosofia longínqua de alguma valesca e que espalha aos quantos ventos toda nossa convalescênça? lá se vai a saliva...

Henrique Pitt
Enviado por Henrique Pitt em 19/04/2017
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