DA PROSA À IDEIA (Série Poema No Poema) ROBERTA LESSA


A LETRA NÃO MAIS ME CABE, MAS É A ADAGA INSISTENTE QUE DESORDENADA, ROMPE A CARNE FAZENDO EMERGIR TODA POESIA QUE SANGRA DESCONTRAÍDA POR VIR.

A CARNE NÃO MAIS ME ROMPE, MAS É A FORMA INTERMITENTE QUE DESAVISADA, NUTRE A PALAVRA TENDENDO VIR TODA GRAFIA QUE PEDE DESNUTRIDA POR PUIR.

A PALAVRA NÃO MAIS ME NUTRE, MAS É A MASSA INDOLENTE QUE SOVADA, TECE A METÁFORA PODENDO PUIR TODA MÉTRICA QUE VERSA DESCABIDA POR CAIR.

A METÁFORA NÃO MAIS ME TECE, MAS É A MÉTRICA INCOERENTE QUE DESCONFIADA, CEDE A PROSA TEMENDO CAIR TODA HIPÉRBOLE QUE TENDE DESMERECIDA POR RUIR.

A PROSA NÃO MAIS ME TECE, MAS É A TÊMPERA INDECENTE QUE CRISTALIZADA, CABE A SÍNTESE QUERENDO RUIR TODA RIMA QUE SURGE DESFERIDA POR SAIR.

A SÍNTESE NÃO MAIS ME CABE, MAS É A PROSÓDIA INCONSTANTE QUE INACABADA, VERTE A IDEIA REVENDO SAIR TODA FORMA QUE MIGRA ENTERNECIDA POR FUGIR.

A IDEIA NÃO MAIS ME VERTE, MAS É A MASSA INCANDESCENTE QUE CONDIMENTADA, CABE A LETRA SABENDO FUGIR TODA SUBSTANCIA QUE VERSA ESTREMECIDA POR EMERGIR.

 
Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 11/04/2018
Código do texto: T6305475
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