Meu desengano

Onde será que eu vou parar?

eu me pergunto.

Nos momentos que consigo parar pra meditar

sobre essa coisa torta que se tornou a minha vida.

Talvez os bares não sejam enfim os melhores lugares

para se estar,

nem as igrejas, nem os prostíbulos

nem as universidades

cheias de seus novos egos

inflados e perdidos.

Infelizmente não me agrada

respirar o pó da estrada

nem tenho tesão

pela solidão

e pelo isolamento.

Eu gosto do meu copo sempre

pelo menos,

meio cheio

e as vezes, de alguém pra dividir a minha cama

sem reclamar das minhas cinzas

espalhadas pelo chão.

Mas toda vez que me olho no espelho

me ponho a pensar

com a testa franzida

se ainda tem espaço na minha vida

para as aventuras que eu vivo

entra ano e sai ano.

para as minhas sextas feiras de estupor

para os sábados

que amanheço

quase sempre acordado

com o peito carregado

por todo o meu desengano

Rômulo Maciel de Moraes Filho
Enviado por Rômulo Maciel de Moraes Filho em 25/09/2019
Código do texto: T6753260
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