Jogo do Amor

Por Nemilson Vieira (*)

É muito comum no Ano Novo as pessoas revelarem os seus planos.

Em 2014 uma pessoa revelou-me o seu maior sonho para 2015. Desejava “Trocar de marido”.

— Quero um, que não me critique. — Disse.

Por certo dizia a verdade; as críticas são sempre um dos grandes problemas dos casais.

Uma, duas, ainda passa, mas ninguém merece ser criticado o tempo todo.

Com o tempo as batidas nas mesmas teclas passam a ser uma tortura psicológica.

A alegria, a felicidade de estar com tal pessoa esvai-se. Elas (as críticas) têm levado à ruína, muitos relacionamentos. Casais que vivem a se acusarem o tempo todo, são mais propensos a não irem muito longe, nos seus matrimónios.

As críticas servem dum desfecho constrangedor; estas subjugam, apavoram, humilham…

Não há como suportar ser ridicularizado por muito tempo. É preciso haver uma folga no convívio para que, os desgastes não aconteçam.

O amor não deve se tornar num jogo desigual, desumano. Os ânimos nunca devem estar acirrados demoradamente.

Num artigo a psicóloga Maria Angélica compara essa relação, de críticas a uma competição.

"Há muitos relacionamentos que sobrevivem de aparências. O desgaste decorre duma convivência que chegam ao ponto de nem amigos serem mais. Mesmo a conviverem sob o mesmo teto. Até tentam, um reatamento dos laços, mas não há resultados satisfatórios nestes investimentos."

Não é demais lembrar que o amor precisa ser conquistado e cultivado como uma planta. Depois do leite derramado, tudo o que se fizer no sentido de melhorar a relação só piora as coisas.

“Traumas cristalizados tornam-se impossível uma reaproximação; pela desconfiança duma não-mudança de postura. É melhor atuar na prevenção: antes de chegar a esse ponto. Os casais deveriam jogar, outro jogo: o “frescobol” que tem por objetivo não deixar a bola cair. Quanto mais tempo a bola ficar no ar, melhor. Algo que tem a ver com o compartilhamento.” — Concluiu.

Deveríamos rever as nossas atitudes para com o outro e para connosco mesmo. Ser mais respeitosos, éticos, corteses, cavalheiros… Com quem optamos a conviver.

Preservar uma boa companhia, ou um grande amor da nossa vida é o que mais interessa.

Não incorramos no erro de dar o devido valor ao outro, somente depois de o perder. Cuidemos das nossas relações. Joguemos somente o jogo, onde não há perdedores! O jogo do amor em que todos ganham!

*Nemilson Vieira

Acadêmico Literário.

(01:03:15)