Maritaca
 
Despertar da manhã
Ali pelo telhado
Grita com afã
 
Equilibra no espaço
Para meu agrado
Sinto o compasso

O seu encarte,
canto ou brado?
Ou apenas arte?

 

 






Curicaca
 
Fim de tarde
Sol no descampado
Não faz  alarde
 
No tronco ressequido
Pousa alguém desconfiado
Quase sem ruído
 
Faz a tua prece
o céu barrado
Na tarde estremece

 

 





Chaminé
 
Houve um passado
No ar a fumaça
Saindo do telhado
 
Vai rodando, rodando
Vem, me abraça
Escuta, madeira chiando
 
Cheiro de café
Por mim perpassa
Saudade é balé
 

 





Ensejo
 
Para mim basta
A alfombra macia
Diante de mim, vasta
 
Além, nada espero
Rumino a fantasia
Lentamente ou acelero

O tempo? Eu desconheço
Instinto me guia
Enquanto me abasteço

 

 






Fado
 
Me olhas por quê?
Todos esses louvores
Vindos de você
 
Não me afetam
Tenho sim, amores
Tantos  que completam
 
Minha sina, poder
Dos meus fulgores
Outro vai nascer





 
 
IMAGEM 01: Maritaca no telhando de onde moro aqui na cidade. tem épocas que elas fazem a festa aqui. tive o privilégio de clicar essa foro

IMAGEM 02 : Casal de curicacas num entardecer na nossa roça. Segundo meu pai - nesse dia que cliquei a foto era vivo ainda- são curicacas

IMAGEM 03:  Chaminé lá na nossa roça, apesar de não funcionar mais.

IMAGEM 04:  cavalo lá da nossa roça

IMAGEM 05 : touro nelore lá na nossa roça, pertence ao meu irmão que fica lá tomando conta de tudo


PS; Esses medianeiros eu criei hoje com muita dificuldade, pois ainda me falta muita inspiração. Acho que queimei umas mil calorias criando eles. uau. Mas eu queria fazer isso para homenagear a criadora desse estilo poético, a poetisa Giovania Correia  ela tem cobrado meus medianeiros. Eu adoro o estilo e me senti desafiada a criar alguns hoje. Espero que gostem. Tenham todos um lindo domingo