Sob um céu estrelado

No meio da floresta, uma banda despejava em meus ouvidos belas melodias, para que fossem sentidas no abismo da alma;

Folhas secas pelo chão, folhas grandes, e eu como um mero espectador, acompanhava a dança dela com exímia atenção;

Tudo gira e nada se mexe, tudo está completamente normal, acostumados e sentados em cima de um padrão de moral;

Ó tempo, se tens que passar, passe

Ó vento, se tens que levar, que leve

Leve o que não me serve, leve todas as plumas que pairam sob minha cabeça;

Em matéria de tempo, já nos acostumamos a estar pedindo-o que passe, esperamos o sorriso de uma bela manhã, que rasgue a madrugada mórbida de nossos anseios;

E a noite segue...

Lojas, supermercados, avenidas, riachos, beira de mato, beira de rio: as luzes cegam e exaltam a chegada da modernidade no interior;

Mas sim, no meio do mato me encontro, mesmo que sozinho as vezes, luzes, estrelas e todos esses seres que entornam as árvores dão o véu da graça;

E sob um céu estrelado

Você chegou do meu lado.