Flor de graxa e o rouxinol cego  
 

 
Era primavera, e as flores todas, se embelezavam e se perfumavam à espera do passarinho namorado que com seu beijo levaria de sua doçura, e em segredo fecundaria sua rubia beleza...
Vestiam se de branco as margaridas... As rosas vermelhas abriam-se em lindos botões... Todas enveitavam o jardim da vida, em ansiosa espera por seu alado amor...
Mas em um canto abandonado do jardim, longe dos jasmins e das hortências, longe das demais delicadas flores, escondia-se no meio de muitos galhos secos, uma única e solitária flor de graxa, que olhando toda a beleza em volta, se amuava e se fechava triste e enrugada...
Eis que, de repente, entre seus galhos secos, um lindo rouxinol se coloca a cantar avidamente... E um rubror de encanto tinge de vermelho a face de pétalas da graxa, e ela alegremente se abre para o amor...
Mas vendo-a tão feia, o rouxinol se assusta, e cai do fino galhinho em que se sustentava, furando seus olhinhos em incertos espinhos..
A flor de graxa vendo o sofrimento do rouxinol, apanha-o e cuida dele com desvelo, dando-lhe o néctar de seu carinho.
E eis que o rouxinol por ela se apaixonou...
Com o desvelo dela, ele ficou curado, e podia muito bem ver o defeitos e a fealdade da flor,... mas como ele estava apaixonado, se fez de eterno cego pelo seu amor... E naquele jardim vivem felizes...

Moral: Não se deve gostar da pessoa pela aparência, mas pela beleza que emana de seu interior...

Irene Cristina dos Santos Costa - Nina Costa, 22/06/2012
 
Nina Costa
Enviado por Nina Costa em 22/06/2012
Reeditado em 15/08/2013
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