No jardim de Tita... e lá se foi o calango Simão!
Em certa manhã de domingo, Nita, uma bela borboleta, bateu asas no jardim em que vivia. O inseto, sem mal abrir os olhos, se deparou com uma horrível cena: todas as suas companheiras de jornada haviam desaparecido. E o que restava? Nada além de frágeis anteninhas e maltratados pedacinhos de asas que um dia alegraram aquele jardim. Não restavam dúvidas: Era coisa do calango Simão!
Depois de muito chorar, a borboleta Nita decidiu contar o que havia ocorrido a sua melhor amiga: a menina Tita, que muito gostava de brincar em seu florido jardim.
Descontenta, Tita decidiu ir, com Nita, à procura do maldoso calango Simão. Em nada demoraram e as damas chegaram a um sujo, inóspito, e fétido buraco, se deparando com o famoso calango Simão. Amedrontada, a borboleta se escondeu atrás da menina.
- Calando, você não tem pena de Nita e de suas amiguinhas?! Não pensa no sofrimento delas?! Agora me diga: qual foi o motivo de teres devorado minhas queridas amigas? - Tita falava sem medo.
- Eu quis menina. Só isso! Eu quis. Agora vá! Vá embora e me deixe em paz!
- Não vou não! Peça desculpas a borboleta Nita! - A fúria dominava a pequena Tita.
- Me poupe, garotinha! Vá cuidar de sua vida, e avise a Nita que eu a devorarei da próxima vez que encontrá-la! - Por algum instante, a menina pensou em esmagar o falante calango, mas seu amor à natureza falou mais alto. Sem nada responder, a criança simplesmente se virou para ir embora.
- (Slap!) - Quando Tita se virou para ver o que havia acontecido, se deparou com o maldoso calando Simão devorando sua companheira. Lá se fora Nita.
- (Lap!) - Lá se fora o calango Simão!
Agora sim, Tita partiu. O sangue que o chão manchava deixou o sempre válido recado: "Contra a força, contra a verdadeira força, não há argumentos."