O ASNO E A CORUJA

Ao cair de uma tarde de céu nublado, do alto de um galho de uma árvore, uma coruja percebeu um asno afoito, prestes a se imergir nas águas de uma lagoa, para atravessar para o outro lado da floresta.

Em tempo de impedir que o asno adentrasse naquele espelho d`água repleto de jacarés, a coruja gritou:

— não faça isso Sr. asno! Esta lagoa está repleta de jacarés, só esperando pelo primeiro incauto a adentrá-la, para servir-lhes de banquete”.

Então o asno respondeu:

— eu estou com muita pressa D. Coruja, já está para anoitecer e além do mais eu não vejo nenhum jacaré por aqui.

— É exatamente aí que mora o perigo, Sr. Asno. Animais de hábitos traiçoeiros como são, jamais iam-se deixar perceber. Mas creia no que estou dizendo, todas as tardes eu me recolho neste galho e testemunho ataques os mais fulminantes.

— Quer saber D. Coruja, forte e astuto com sou, eu não acredito que nenhum réptil ousará me atacar...

E tão logo o asno colocou as quatro patas dentro da lagoa, recebeu a primeira bocada de um crocodilo faminto e feroz. No susto, como ainda estava bem na beirinha, conseguiu se safar, saindo manquitolando, com um de seus joelhos e canela em carne viva.

Moral da história: Cabeça que não tem juízo, o corpo paga.

Rafael Arcângelo
Enviado por Rafael Arcângelo em 23/12/2014
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