Aprendiz de anjo

Certa vez eu tive um sonho onde eu havia me candidatado para ser anjo. Queria trabalhar no céu, podia ser até de faxineira que eu não me importava, contando que ficasse perto de Deus. Informaram-me que eu teria que fazer um curso no céu, ao lado de grandes anjos que trabalhavam para Deus, e depois me dariam a resposta se eu havia conseguido o emprego. Então designaram um anjo aprendiz para me mostrar os departamentos do céu.

Havia um que eu achei muito interessante, era chamado a sala do “sono dos justos”. Como fiquei muito intrigada com o nome, pedi para ficar lá um tempo observando na prática como ele funcionava. Foi me explicado o seguinte:

Na terra, quando um homem faz todo o possível para ser justo com seus funcionários e familiares, ele a noite tem um sono tranquilo. Já aquele que age de má fé fica com a consciência muito perturbada, e a noite quando coloca a cabeça no travesseiro fica repassando todo o seu dia, incomodado por sua consciência. Assim acontecia quando o homem chegava no céu. E era o que eu deveria observar naquele departamento.

Havia uma fila enorme de pessoas aguardando para serem atendidas. Eram candidatos a morar no céu. Eles haviam acabado de morrer e pediam abrigo no céu, junto dos seus. Eles deveriam ser ouvidos por uma bancada de juízes para que seu comportamento na terra fosse analisado, pois haviam falido no processo de avaliação contínua a que eram submetidos na terra: o de sua consciência. E assim seria definido para onde ele merecia ir: se direto para o céu, para outros planetas ou imediatamente de volta à terra para resgatar seu erros.

Caso precisasse voltar, o que sempre era feito em condições inferiores da que chegavam ali, deveria passar em outro setor, era o do planejamento das encarnações. Levavam consigo um relatório dos seus erros para avaliação e planejamento do processo reencarnatório futuro.

No entanto, havia uma cena que me roubava a atenção a todo o momento. Havia algumas pessoas que estavam cochilando na fila, e iam sendo identificadas pelos trabalhadores. Alguém então trazia uma espécie de maca e transportava o dorminhoco direto para dentro do céu, sem precisar passar pela bancada dos jurados.

_ Ma isso não é injusto? Perguntei. Eles não precisam passar pelos jurados? Ou eles têm privilégios em relação aos outros?

_ Sim, eles têm privilégios, pois já trouxeram consigo o resultado de suas ações.

Respondeu-me o mestre aprendiz. Estes já foram julgados pela sua consciência. Se já estão dormindo é porque já sabem do seu destino, não precisando se justificar com ninguém, pois já foram ouvidos por Deus. Então como a fila é muito grande, aproveitam para tirar um cochilo...

Lucilia Martins
Enviado por Lucilia Martins em 16/04/2015
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