O vaga-lume especial

Era uma vez numa floresta matizada, uma família de vaga-lumes...

Eles trabalhavam como auxiliares da madrugada, iluminavam os caminhos que eram traçados dentro de toda extensão florestal.

Assim como cada espécime, os vaga-lumes colaboravam como parte de um corpo para o funcionamento da brenha. Alguns pássaros trabalhavam como semeadores, outros como correios. As borboletas auxiliavam terapias motivacionais sobre auto estima e suas amigas formigas sobre a união de uma sociedade. Os ursos e alguns grupos de animais grandes, faziam a segurança. Todo habitante da floresta contribuía para a vida e para o bem estar de uns para com os outros.

Na família havia um vaga-lume chamado Zequinha, ele nascera com um pequeno problema, não possuía luminosidade. Desde criança, ambicionava ser um auxiliar da madrugada, era algo que colocara como seu maior sonho, todavia, sua mãe e pai nunca alertara sobre sua pequena diferença.

Até que que chegou no dia do alistamento e ele foi rejeitado...

Aquilo causou um demasiado impacto sobre sua história, para alguns seria o fim do mundo, mas para o Zequinha, serviu como o grande ânimo.

Ele insistia em trabalhar com suas amigas formigas, estudou à fundo sobre sociedade, mas das três tentativas, descobriram que Zequinha não era uma formiga, ele tentou argumentar, mas sem sucesso e cabisbaixo, voltou para seu lar com uma tonelada de tristeza nas costas.

Tentou também ser semeador, segurança, agricultor, médico, professor... E por todas fora frustrado...

A luminescência do tenro vaga-lume, era sua força de vontade, ele jamais se abatera e por anos e mais anos procurou qual seria seu objetivo nessa vida, pois em alguma parte ele sabia que tinha algum propósito.

Uma certa vez, numa manhã cinzenta, retornando de mais um não, viu um Alce sem chifre choramingando próximo de uma corpulentas árvore, Zequinha se aproximou vagarosamente e foi se apresentando...

Os dois falaram durante alguns minutos e depois de um abraço, o grande Alce se levantou e como uma flecha perfurou toda a mata, sumindo, deixando um rastro de força que exalava no ar. O vaga-lume falara tudo sobre sua vida, com seu nobre testemunho, conseguira que alguém se levantasse e lutasse...

Aquilo durante semanas ficou martelando na sua pequena cabecinha, Zequinha viu que podia ser de grande utilidade, encontrou sua razão, não fazendo o que todos de sua espécie fazia, não se adequando as formigas, não sendo igual aos pássaros, mas sendo ele mesmo, tendo algo que a maioria não tinha, algo que durante anos de sua vida ele aprendeu a lhe dar, a se esforçar para transpor barreiras, não olhando para atrás, não questionando, não deixado a lamúria tomar conta...

Zequinha era guerreiro, pois de todos os vaga-lumes da imensa floresta, era o único que não tinha luz em seu corpo, embora, de longe era possível ver o clarão que esse jovem carregava dentro de si, um exemplo de superação.

A partir de tudo isso, o guerreiro vaga-lume começou a rodar por toda a floresta, dando vida com suas nobres palavras, incentivando os diferentes, dando luz para os apagados.

O vaga-lume Zequinha foi ficando conhecido por cada extremidade da floresta, chegou uma determinada hora que não só mais atendia animais com suas deficiências, agora, todos da floresta iam ao seu encontro absorver aquilo que ele mais tinha, sua força de vontade...

Conclusão:

Ter dificuldade, ter uma particularidade que te faz diferente...

Qualquer que seja, não importa! Não olhe para isso, não olhe para trás, todos nós temos algo especial dentro, se fulano é bom naquilo, você não precisa ser necessariamente bom também.

Se descubra, não ande pelo caminho que te impõem, faça sua trajetória!

Seja a luz que você tanto necessita.

Felippe Lacerda
Enviado por Felippe Lacerda em 10/10/2017
Reeditado em 10/10/2017
Código do texto: T6138462
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