A força da conveniência
Nos velhos tempos, dizia-se até que os animais falavam. Então, por questão de conveniência, faziam acordos até com aqueles que historicamente era inimigos. Assim, raposa e galinha faziam pactos entre si, para que o predador não atacasse sua presa. E isto aconteceu também entre leão e gazela, gato e rato, gavião e pinto, onça e coruja.
Mas, por excesso de zelo, de admiração e falha de comunicação, eis que a coruja foi traída pela onça.
Ao fazer o pacto com a onça para que não atacasse seus filhotes, a coruja exagerou na descrição: disse que seus filhos eram os mais lindos da floresta.
E já no primeiro ninho, vendo aqueles bichinhos feios, não titubeou: amenizou a sua fome.
Eis aí a decepção da coruja com o pacto feito com a onça, assumindo que falhou na comunicação, por conta do seu amor: "quem ama o feio, bonito lhe parece".