O poeta e o limoeiro

Primeiro encontro: oferecer o melhor independente das circunstâncias.

Certo dia, ao findar de uma bela tarde de chuvas, um poeta, que caminhava em direção a sua casa, deparou-se com um pé de limoeiro.

— Boa tarde, falou o poeta.

— Boa tarde, respondeu o limoeiro meio rouco depois de passar o dia debaixo de chuva.

O poeta perguntou-lhe imediatamente o nome.

— Como se chama?

— Meu nome é Jobom, respondeu alegremente o limoeiro.

O poeta estava muito cansado depois de um dia exaustivo. Ao se deparar com a alegria do limoeiro e notando que as folhas do Sr. Jobom estavam comidas por lagartas, ficou muito curioso e logo interrogou.

— Qual a razão da sua alegria? Vejo que sua situação não está nada fácil.

— Meu Sr. a minha história é muito longa, respondeu Jobom.

— Quero apenas algum motivo pra entender sua alegria, disse o poeta.

— Só consegue enxergar folhas comidas por lagartas? Questionou o limoeiro olhando firme para o poeta.

— Não vejo nada além disso, respondeu o poeta titubeando.

O Sr. Jobom aproveitou-se da ocasião para exortar o poeta.

— A maioria dos meus galhos estão com folhas saudáveis, alguns deles as lagartas nem passaram. Veja a quantidade de belos limões que tenho. Queres que eu esteja triste com tantas coisas boas?

— Claro que não, respondeu o poeta.

— Eu sou um bom limoeiro. As formigas tiraram de mim algumas folhas, é verdade, mas aqui estou, com belas folhas e maravilhosos limões. Hoje mesmo ouvi umas crianças dizendo que o suco dos meus limões é uma delícia. Quando as lagartas comem minhas folhas eu logo começo a preparar outras e meus limões parecem ficar cada vez melhores.

O poeta ficou extasiado com as palavras do Sr. Jobom.

— Sr. Jobom, preciso ir resolver umas tarefas. Pelo visto temos muito o que conversar.

Podemos nos encontrar novamente?

— Sim, respondeu o Sr. Jobom com um sorrisão no rosto.