As irmãs vida e morte

Era uma vez duas irmãs que viviam em um reino distante. Uma se chamava Vida e a outra se chamava Morte. Elas eram muito diferentes uma da outra, mas se amavam muito.

 

Vida era alegre, bondosa e generosa. Ela gostava de cuidar das plantas, dos animais e das pessoas. Ela tinha o dom de curar as doenças, aliviar as dores e trazer a felicidade. Por onde ela passava, tudo florescia e brilhava.

 

Morte era triste, solitária e severa. Ela gostava de ficar sozinha, lendo livros e observando as estrelas. Ela tinha o dom de terminar o sofrimento, levar as almas e trazer o silêncio. Por onde ela passava, tudo murchava e escurecia.

 

As pessoas do reino tinham medo de Morte e a evitavam. Elas só a chamavam quando não havia mais esperança ou quando queriam se livrar de alguém. Elas adoravam Vida e a procuravam. Elas sempre pediam a ela favores e milagres.

 

Um dia, um príncipe do reino vizinho veio visitar o reino das irmãs. Ele se encantou com Vida e se apaixonou por ela. Ele pediu a ela que se casasse com ele e fosse viver em seu castelo. Vida aceitou, pois também gostava dele.

 

Morte ficou triste com a partida de sua irmã, mas não quis impedir a sua felicidade. Ela abraçou Vida e lhe desejou boa sorte. Ela disse que sempre estaria por perto, se ela precisasse.

 

Vida foi embora com o príncipe e se tornou princesa. Ela era feliz no castelo, mas sentia falta de sua irmã. Ela tentava visitá-la de vez em quando, mas o príncipe não gostava. Ele tinha ciúmes de Morte e a achava uma má influência.

 

Ele dizia a Vida que Morte era cruel, egoísta e perigosa. Ele dizia que Morte só queria o mal de Vida e que ela deveria se afastar dela. Ele dizia que Vida era a única que podia trazer a paz e a prosperidade ao mundo.

 

Vida ficou confusa e triste. Ela não queria acreditar que sua irmã fosse assim, mas também não queria desagradar o príncipe. Ela resolveu obedecer a ele e se distanciar de Morte.

 

Morte ficou mais triste ainda com o afastamento de sua irmã. Ela se sentia sozinha e incompreendida. Ela não entendia por que o príncipe falava mal dela e por que Vida o escutava. Ela queria que Vida fosse feliz, mas também queria que ela fosse sua amiga.

 

Ela resolveu ir ao castelo e conversar com Vida. Ela queria explicar a ela que não era má, que só fazia o seu trabalho e que o equilíbrio entre a vida e a morte era importante.

 

Ela chegou ao castelo e bateu na porta. O príncipe atendeu e ficou furioso ao ver Morte. Ele a xingou e a expulsou. Ele disse que ela não era bem-vinda ali e que nunca mais se aproximasse de Vida.

 

Morte ficou magoada e com raiva. Ela disse ao príncipe que ele não sabia o que estava fazendo e que ele iria se arrepender. Ela disse que ele não podia separar as irmãs e que ele não podia controlar a vida e a morte.

 

Ela disse que ele iria pagar pelo seu orgulho e pela sua ingratidão. Ela disse que ele iria perder tudo o que amava e que ele iria implorar pela sua ajuda.

 

Ela lançou uma maldição sobre o príncipe e sobre o reino. Ela disse que a partir daquele dia, nada mais iria morrer. Ela disse que a vida iria se multiplicar sem parar e que o mundo iria se tornar um caos.

 

Ela foi embora e deixou o príncipe assustado. Ele não acreditou na maldição e achou que era só uma ameaça. Ele foi até Vida e contou o que aconteceu. Ele disse que Morte era uma bruxa e que ele a tinha expulsado.

 

Vida ficou preocupada e com medo. Ela não sabia o que fazer. Ela queria falar com Morte, mas o príncipe não deixava. Ele disse que ela não precisava de Morte e que ele a protegeria.

 

Mas a maldição de Morte se cumpriu. As plantas começaram a crescer sem parar e a invadir o castelo. Os animais começaram a se reproduzir sem controle e a atacar as pessoas. As pessoas começaram a envelhecer sem morrer e a sofrer de doenças e dores.

 

O reino se tornou um inferno. O príncipe se desesperou e pediu a Vida que fizesse algo. Ele pediu que ela usasse o seu dom para curar as pessoas, os animais e as plantas. Ele pediu que ela trouxesse a ordem e a harmonia.

 

Mas Vida não podia fazer nada. Ela não podia curar o que não podia morrer. Ela não podia trazer a ordem sem a morte. Ela não podia trazer a harmonia sem sua irmã.

 

Ela percebeu que o príncipe estava errado e que Morte estava certa. Ela percebeu que ela e Morte eram inseparáveis e que uma precisava da outra. Ela percebeu que ela tinha sido injusta com sua irmã e que ela tinha que pedir perdão.

 

Ela fugiu do castelo e foi atrás de Morte. Ela a encontrou em uma caverna, triste e solitária. Ela se jogou em seus braços e chorou. Ela pediu desculpas por ter se afastado dela e por ter acreditado no príncipe.

 

Ela disse que ela a amava e que ela precisava dela. Ela disse que ela queria que elas fossem irmãs de novo e que elas trabalhassem juntas. Ela disse que ela queria que elas acabassem com a maldição e que elas restaurassem o equilíbrio.

 

Morte ficou feliz em ver sua irmã e a perdoou. Ela disse que ela também a amava e que ela também precisava dela. Ela disse que ela queria que elas fossem irmãs de novo e que elas trabalhassem juntas. Ela disse que ela queria que elas acabassem com a maldição e que elas restaurassem o equilíbrio.

 

Elas se abraçaram e se beijaram. Elas uniram os seus poderes e quebraram a maldição. Elas fizeram com que tudo voltasse ao normal. Elas fizeram com que a vida e a morte se alternassem. Elas fizeram com que a paz e a prosperidade reinassem.

 

Elas voltaram para o seu reino e foram recebidas com alegria. As pessoas perceberam que elas eram boas e que elas eram importantes. Elas agradeceram a elas e as respeitaram.

 

O príncipe se arrependeu do que tinha feito e pediu perdão a elas. Ele disse que ele tinha sido tolo e que ele tinha aprendido a lição. Ele disse que ele queria que Vida fosse feliz e que ele a libertava.

 

Vida agradeceu ao príncipe e disse que ele tinha sido bom, mas que eles não eram mais compatíveis. Ela disse que ela queria ficar com sua irmã e que elas eram felizes juntas.

 

Elas se despediram do príncipe e foram viver em uma casa no campo. Elas cuidavam da vida e da morte, mas também se divertiam e se amavam. Elas eram felizes e sábias.

 

E assim termina a história das irmãs vida e morte. A moral é que a vida e a morte são partes de um todo e que uma não existe sem a outra. A moral é que devemos respeitar e amar as diferenças e que devemos buscar o equilíbrio e a harmonia.

Joilson Remanso
Enviado por Joilson Remanso em 05/01/2024
Código do texto: T7969356
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