EDUCAR,

esperança da semente plantar

E PREPARAR

o caminho a conquistar

PARA A VIDA

ser fruto do gesto do cuidar.


COM CARINHO
ANGELICA GOUVEA









Educar e preparar para a vida






Padre Alir
Foto: Flávio Pinheiro/CN
Evangelho de João 15, 1 ao 7: “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. Se permanecerdes em mim, e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito.”.

Quero partilhar agora sobre as dificuldades entre pais e filhos, pois muitas vezes as famílias trazem problemas com os filhos. Muitos já ouviram falar: “filhos pequenos problemas pequenos, filhos grandes problemas grandes”, porém não é esta a vontade de Deus para as famílias, devíamos dizer: “filhos pequenos, alegrias pequenas, filhos grandes, alegrias grandes”.

Quando Deus decide colocar um filho no mundo é como um agricultor, o agricultor antes de plantar uma semente, ele prepara a terra. Isso acontece com o casal, Deus une um homem e uma mulher e o que Deus faz só Ele pode desfazer. Então, antes de colocar um filho no mundo, Deus torna o homem e uma mulher em uma só carne, são unidos por Deus, assim como o café com leite. O que Deus fez é tão grande, é tão maravilhoso, que só Ele pode desfazer a união de um casal.

Deus une o casal, coloca uma base, prepara o terreno, um terreno firme, sólido que tenha a capacidade de permanecerem unidos e através do homem, Deus coloca esta vida dentro da mulher. A mulher recebe a semente e começa se desenvolver uma plantinha dentro dela e você pode dizer: “É só dentro da mulher?”. Não! Pois homem e mulher são uma só carne e o homem não é menos importante. Embora os filhos saiam da barriga da mãe, os laços espirituais fazem que os filhos fique ligados a seus pais.

Você pode pensar o que você quiser do seu filho, do seu sobrinho, desta pessoa que vive infernizando a sua vida, mas Deus a criou. Não existe ninguém mal, o que existe são pessoas que precisam ser trabalhadas por conta dos males que receberam desde que estavam sendo geradas na barriga de sua mãe. A criança é como uma chama que se joga gasolina em cima, e quando ela se sente amada, isso é maravilhoso.

Um marido precisa ser sensível a uma mulher que está gravida, justamente por conta da sensibilidade maior que a mulher vive neste tempo e precisa de cuidados, de atenção especial e muitas vezes é aí que começam os problemas de relacionamento. Quando os pais ficam tristes por saber da gravidez, quando a mãe vai contar para o pai e o pai não aceita, quando a mãe ou o avô sugere um aborto, tudo isso fere a criança, imagine o que a criança passa ainda no ventre quando não se sente bem vinda.

Há casos em que chega aquele pai que se revolta quando a filha engravida, mas quando vê aquela criancinha no berço, se arrepende, porque pensa em toda a rejeição que fez com aquela criança e para compensar este avô começa a bajular esta criança, começa a dar presentes, começa a gastar tempo com esta criança. Mas tudo isso não adianta, pois, e o trauma que ficou da rejeição de antes? É necessário que este avô faça um pedido de perdão a esta criança, mesmo que a criança não compreenda, mas é preciso este pedido de perdão, pois a experiência que esta criança viveu com este avô não foi removida, mesmo que esta criança tenha virado um xodó do avô, mas o trauma ficou.
 
"Pai e a mãe vão ajudar seus filhos crescerem...", diz padre Alir
Foto: Flávio Pinheiro/CN

Vou dar um exemplo, seu filho é como um carro, imagine, você compra um carro zero, mas não sabe dirigir direito, sai pelas ruas, bate no meio fio, nas paredes, nas árvores, na garagem e depois você decide parar e tirar a carta e melhorar o seu modo de dirigir, depois de aprender você volta a entrar naquele carro para dirigi-lo novamente, eu te pergunto, as marcas dos acidentes anteriores saíram daquele carro? Não! As marcas ficaram.

Então você precisa resolver esta situação, se for necessário você precisa preparar um momento com esta pessoa, seja você um pai, uma avó, um avô, um tio, procure uma boa oportunidade para sentar com esta pessoa e expor toda a verdade a esta pessoa e diante da sua conversa, expondo a verdade você vai perguntar a esta pessoa assumindo sua culpa, dizendo a ela: “Diante de tudo o que te fiz, diante da minha rejeição anterior com você, qual sua escolha? Você me perdoa?”.

É incrível o que acontece quando fazemos isso, talvez aquele amor que você tinha por esta pessoa e que ela nunca aceitou, ela passará a aceitar e vocês viverão muito bem. Isso aconteceu comigo, meus pais já tinham quatro filhos e quando minha mãe estava me gestando e meu pai descobriu, houve uma atitude de rejeição da parte dele e anos depois fui descobrir que eu tinha ódio de meu pai e por isso eu era tão distante dele. Depois de descobrir isso e perdoa-lo passei a ver quantas coisas meu pai fez por mim que antes eu não percebia.

O que não pode acontecer é ter as relações cortadas entre pais e filhos, pois se isso acontece as coisas não vão para frente. Você precisa ter abertura com seu filho para conversar, para corrigi-lo, o seu filho precisa crescer, desenvolver-se. Muitas vezes eu pergunto aos pais, vocês consideram seu filho uma árvore ou um galho seus? Porque se ele for um galho seus, ele nunca irá crescer, pois ele precisa ser uma plantinha e os pais precisam ajudar para que ele cresça e se desenvolva.

A árvore tem vida própria, por isso o pai e a mãe vão ajudar seus filhos crescerem, e devem orientá-los sobre o bem e o mal. A missão dos pais é essa, se relacionar, se comunicar com os filhos para que cresçam. O maior erro dos pais é estar sempre do lado de seus filhos, independente de que eles estejam certos ou errados. Se os pais estão do lado do filho quando ele está certo, tudo bem, mas quando os pais se colocam do lado dos filhos quando estão errados, os filhos assumem que tudo o que eles fazem é certo e ele é que determina o que deve fazer, seja certo ou errado. Desta forma os pais perdem a credibilidade dos filhos.

Se Deus disse que é preciso viver castidade, os pais precisam conversar e passar isso para seus filhos, mas há muitos pais que vêem seus filhos tendo relações sexuais e não conversam com seus filhos, pois não sabem como chegar e falar, mas você precisa ajudar seus filhos a concluir que não é bom que eles se relacionem sexualmente antes do casamento. A mãe precisa questionar a sua filha, pergunte a ela o que ela quer. É como uma laranja verde que começa ser apertada e em pouco tempo ela vai se tornando amarela, parecendo madura, enquanto todas as outras estão ainda verdes. Você abre esta laranja para chupá-la e esta laranja vai estar azeda, embora amarela.
"Você precisa ter abertura com seu filho para conversar", diz padre Alir
Foto: Flávio Pinheiro/CN


Você pode questionar sua filha, você quer ser uma laranja doce ou azeda? Sempre questione seus filhos no sentido de que eles decidam pelo melhor. Deus quer que sejamos felizes em nosso casamentos. A pessoa precisa querer viver bem um casamento, esbanjar alegria em um casamento, pois é isto que Deus quer para nós, porém não dá para ficar sendo apertado, não dá para ficar passando de mão em mão, pois assim se chega azedo no casamento.

Como sabemos se nossos filhos são mal educados? Quando ele age da mesma forma perto ou longe de você. Você pode aconselhar seus filhos, você pode orientá-los, mas não poderá decidir por eles. E busque orientar seus filhos na Palavra de Deus, quando ele vir perguntar: “O que faço mãe, o que faço pai?”, leve a Palavra para eles, mesmo que você seja chamado de bitolado, de carola, não importa, sua família colherá bons frutos da vida deste filho. Você precisa fazer seu filho desejar ter uma boa família!

Você pai questione seu filho, diga a ele: “Meu filho você quer ser um grande homem? Então, eu te ajudarei a ser um grande homem!”. Diga a ele que nas situações erradas, você não poderá ficar do lado dele e ele se sentirá seguro com você, pois sabe que em você sempre encontrará o certo e não o errado.

Filho, preste atenção, no dia em que seu pai ou sua mãe disser a você: “Filho faça o que você quiser, pois eu desisto de você!”, essa é a coisa mais triste que pode acontecer na sua vida. Quando queremos que uma parreira dê uvas doces, o pé tem que ser podado. Os seus pais te podarão para que você dê uvas doces! De que adianta você filho fazer o que quiser da vida e amanhã ou depois não dar bons frutos? Pais, sempre pergunte aos seus filhos o que eles desejam ser e dêem exemplos a eles para que possam desejar decidir pelo bem. Os pais precisam ser presentes na vida de seus filhos, pois os filhos precisam desta presença para serem cultivados como família e para que cresçam.

Você não precisa fazer o que seu filho quer, ou comprar o que ele quer, mas precisa ser presente na vida de seu filho para podá-lo, para que ele cresça assim como Jesus dizia no Evangelho.


Transcrição e adaptação: Flávio Pinheiro







Convivemos com homens de barro





Padre Alir
Foto: Flávio Pinheiro/CN
Todos nós sempre temos algum problema de relacionamento com alguém. Pedro e Paulo brigaram. Durante o caminho os apóstolos discutiam quem seria o maior.

“Chegada que foi a hora, Jesus pôs-se à mesa, e com ele os apóstolos. Disse-lhes: Tenho desejado ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer. Pois vos digo: não tornarei a comê-la, até que ela se cumpra no Reino de Deus. Pegando o cálice, deu graças e disse: Tomai este cálice e distribuí-o entre vós. Pois vos digo: já não tornarei a beber do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus. Tomou em seguida o pão e depois de ter dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim. Do mesmo modo tomou também o cálice, depois de cear, dizendo: Este cálice é a Nova Aliança em meu sangue, que é derramado por vós” (Lucas 22, 14-20).

Jesus é mestre nos relacionamentos. Às vezes temos a imagem errada da pessoa que está ao nosso lado, por isso os desentendimentos. Talvez Jesus esteja dizendo para você hoje: “Eu desejo ardentemente que você também receba do meu alimento”.

“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo; 32.mas eu roguei por ti, para que a tua confiança não desfaleça; e tu, por tua vez, confirma os teus irmãos. 33.Pedro disse-lhe: Senhor, estou pronto a ir contigo tanto para a prisão como para a morte” (Lucas 22, 31-33).

Jesus havia alimentado os seus discípulos e eles disseram: “estamos prontos para seguir-te”. “Estou pronto a ir Contigo tanto para a prisão como para a morte”, disse Pedro. Esta é a promessa que todo cônjuge faz, se for necessário morrer contigo não te abandonarei.

“Prenderam-no então e conduziram-no à casa do príncipe dos sacerdotes. Pedro seguia-o de longe. Acenderam um fogo no meio do pátio, e sentaram-se em redor. Pedro veio sentar-se com eles. Uma criada percebeu-o sentado junto ao fogo, encarou-o de perto e disse: Também este homem estava com ele. Mas ele negou-o: Mulher, não o conheço. Pouco depois, viu-o outro e disse-lhe: Também tu és um deles. Pedro respondeu: Não, eu não o sou. Passada quase uma hora, afirmava um outro: Certamente também este homem estava com ele, pois também é galileu. Mas Pedro disse: Meu amigo, não sei o que queres dizer. E no mesmo instante, quando ainda falava, cantou o galo” (Lucas 22, 54-60).

"Como é seu olhar para aquele que te traiu? É olhar de condenação? Ou olhar de acolhimento?"
Foto: Flávio Pinheiro/CN
Pedro não foi desonesto, foi verdadeiro quando disse que morreria por Jesus. E aquela pessoa que casou com você, também fez juras de amor e não estava mentindo. Mas você pode até dizer: “Cadê a sua palavra? Você é homem ou não?” Talvez você viu aquele sacerdote ardoroso abandonando o sacerdócio e muitos dizem: “eu não acredito mais em padre”. Por que isso acontece? Porque somos de barro, essa é a realidade.

São Paulo diz: “quem julga está de pé cuidado para não cair”.

Jesus escolheu Pedro para ficar no seu lugar, para dizer: “vocês que caminham atrás dele são como ele”. Somos de barro, por isso que Jesus não se apavora.

Que maravilhava se o casal dissesse diante da traição: “assim como você caiu eu posso cair”. Mas dizem: “eu nunca te trair”. Pode até ser que o homem não tenha arrumado outra mulher, ou a mulher outro homem, mas e nos outros sentidos da vida?

“Voltando-se o Senhor, olhou para Pedro. Então Pedro se lembrou da palavra do Senhor: Hoje, antes que o galo cante, negar-me-ás três vezes. Saiu dali e chorou amargamente” (Lucas 22, 61-62).

Jesus olhou para Pedro e graças a esse olhar, Pedro chorou amargamente. Esse olhar salvou Pedro. Como é seu olhar para aquele que te traiu? É olhar de condenação? Ou olhar de acolhimento? Jesus diz que com a mesma medida que medirmos os outros, seremos medidos. Por isso precisamos exercer essa misericórdia. Jesus disse através do seu olhar para Pedro: “Eu sei quem tu és”.

Na vida de casado, o ato sexual é o fechamento do amor total. O amor começa em nível espiritual, dentro da pessoa, na sua interioridade e se expande para o psiquismo, onde entra o esforço de ir ao encontro do outro sem cobrar. O que mais se vê entre os casais é cobrança, já casa cobrando do outro. Atitude de amor é atitude de querer o bem do outro. Não é só querer o bem ao outro, mas do outro. Se eu amo, eu tenho força interior para querer o bem do outro, no momento em que entra a cobrança não é amor.

O amor começa em nível espiritual. O homem começa sentir atração por uma mulher, eles começam a sentir o impulso na mente de ir ao encontro do outro para querer o bem. O namoro é a etapa em que o casal começa a ter comunhão de pessoa. Um olhando para o outro começam a perceber o que está no interior do outro, é uma fase de conhecimento. “Como você viveu?” “Quais os traumas você teve?” “Como é sua família?” Vão se conhecendo e vai havendo a comunhão entre eles. Depois dessa comunhão eles vão co-habitar juntos, e se tornam uma só carne.

"Se eu amo, eu tenho força interior para querer o bem do outro", ensina padre Alir
Foto: Flávio Pinheiro/CN
Quanto mais amor, menos cobrança. Quanto mais cobrança, menos amor. Se você que é casado decide viver essa realidade, seu casamento vai dar certo.

Nenhum casal deve tirar a aliança para que sempre se lembre que fez uma aliança não para cobrar, mas para se doar. Como viver isso? Vejam como vocês cuidam dos filhos, tudo é de graça, vocês não exigem nada, só se consomem pelo filho. Amor total, cobrança zero.

Por que muitas mulheres amam mais os filhos que o marido? Por que os ama gratuitamente. Você mulher, você homem, pense nisso: “vou fazer para meu cônjuge o que faço para meu filho”. E você vai ver como o relacionamento vai mudar.

Aqui está a cura dos relacionamentos: “Por isso o homem deixa o seu pai e sua mãe para se unir à sua mulher; e já não são mais que uma só carne” (Gênesis 2, 24); e no Evangelho de São Marcos, Jesus completa: “Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher” (Marcos 10,7).

Deixar, não é só sair de casa, é ir deixando para trás as marcas, as feridas que cada um recebeu de sua casa. Muitas mulheres não se dão bem no casamento porque tiveram um pai alcoólatra, mulherengo, por isso a receita é “deixará”, para que você vá se curando das feridas que você trouxe de sua casa.

O amor que vocês sentiram não é uma farsa, mas algo que Deus vos deu. É deixar tudo que recebeu de negativo, é todo um caminho, um processo, para que dia após dia você procure recordar as feridas que recebeu de casa e deixe para trás.

Destrua as provas que você tem contra seu pai, sua mãe e seu marido. Tome essa decisão hoje.


Transcrição: Willieny Isaias








Que a nossa medida seja a misericórdia




Padre Alir
Foto: Daniel Machado/CN

Se eu e você acolhermos esta Palavra, nunca iremos esquecer este dia 14 de março. Esta Palavra vai nos ajudar em todos os momentos, em nossos relacionamentos com as pessoas.

Aquele menino, que um dia achou melhor viver fora da casa do pai [filho pródigo], longe das ordens e do seu aconchego, ele fez uma escolha: partiu e foi gastando seus bens até ficar sem nada. Apresenta-se a um criador de porcos que o manda cuidar desses animais. Este menino estava com fome, tinha que ficar ali ao lado dos porcos. Podemos imaginar onde aquele rapaz dormia, ficava com fome, sem contar que o deserto é frio e a fome corroía o seu estômago. Este rapaz vivia exatamente nessa situação.

Então qual é a mensagem desta Palavra para nós? Até onde o pecado nos leva! Esta é a realidade do pecado, e por isso quanto mais uma pessoa peca, mais ela é infeliz. O pecado nos conduz à morte. E quando falamos de morte pensamos em lágrimas, tristezas, porque é isso que ele faz conosco. Por isso o pai diz “Este teu irmão estava morto e voltou a viver”

Deus jamais vai castigar o pecador, como diz São Paulo: “O salário do pecado é a morte”. Imediatamente quando acabamos de pecar, percebemos o prazer que ele nos dá, e por isso nos deixamos levar pela sedução, mas mal acabamos de cometer o ato de pecar  imediatamente se foi a "alegria". O pecado traz pouca alegria em vista de toda tristeza que fica depois.

Quando você tem a alegria de ser fiel, é graça de Deus, mas observe o quanto ficamos agressivos quando estamos em pecado, é porque a morte dentro de nós começa a agir.

Não podemos entrar nessa mentalidade que o mundo coloca em nós: “Você me traiu! Eu vou pagar na mesma moeda!”. Quando você poderia dizer: “Agora você está no meio dos porcos e eu preciso agir com misericórdia”.

Uma pergunta: Será que o filho voltou arrependido ou não? Esta Palavra foi dita para os pecadores ou para os justos? Na verdade, Jesus contou esta parábola aos fariseus e mestres da lei. Àqueles que procuravam cumprir a lei, pois os mestres da lei eram os grandes teólogos e interpretadores da palavra naquela época. No versículo 7 diz: "Quantos empregados do meu pai tem pão em fartura”. O filho em momento algum sentiu compaixão do pai, se poderia estar sofrendo ou não, o que o filho queria era comida. O filho volta para casa por causa da comida, por isso ele disse “Trata-me como a um dos seus empregados.

Jesus aceitava pecadores e publicanos que não se arrependiam, e fazia refeição com eles. Então quando é que aceito as pessoas? Só quando se arrependem e caem aos nossos pés? Jesus comia com aqueles que não se arrependiam. E era por isso que os fariseus não entendiam.

Foto: Daniel Machado/CN

Por isso hoje é o dia da alegria. Deus ama a todos o pecadores que se arrependem, mas também aqueles que não se arrependem.

Pense, como você receberia este irmão que voltou? Por isso Jesus era acusado de amigo dos pecadores. Por isso, hoje é um dia de alegria, pois não pode haver no mundo alguém que não se alegre com esta Palavra. Porque Deus não nos ama menos que a qualquer santo que pisou nessa terra. Esta parábola é contada também a nós que estamos a frente da nossa Igreja. Como tratamos aquela jovem que engravidou fora do casamento? Quantos afastam as pessoas que pecaram da Igreja; somos contra o aborto mas não acolhemos, por exemplo, uma jovem que aceitou a vida que está dentro dela. Deus não aceita o pecado mas acolhe a cada pecador.

Outros dizem vou ser Católico porque lá posso fumar, posso beber. A Igreja, meus irmãos, não fecha as portas para ninguém, e nós precisamos rezar por aqueles que não querem saber da Igreja e abandonaram a sua fé. Esta é a verdade que precisamos ter! Aquele que se afasta dos sacramentos, está perdendo o melhor da vida, porque aquele que peca se torna escravo do pecado. Ser escravo não é fácil, é ter o pecado como patrão, e como salário a própria morte.

Não vamos invejar aquele que está no pecado. Às vezes a pessoa passou a vida inteira no pecado, e agora ele chega diante de Deus e reconhece o seu pecado e Deus o perdoa.

Que a nossa medida seja a misericórdia. O que vamos levar deste mundo quando morrermos será a medida com que medimos os outros. Se agimos com misericórdia e é preciso dizer: "eu não te condeno", assim como Jesus disse àquela mulher pecadora.

Por isso a segunda leitura diz algo maravilhoso para nós hoje; “Se alguém está em Cristo é uma nova criatura.” Deixe-se reconciliar com Deus. É Deus quem toma a iniciativa, e Ele é o seu melhor aliado na luta contra o pecado

Cristo tomou sobre si os nossos pecados, as nossas doenças, Ele é o aspirador de pecados e das enfermidades, Jesus quer tirar de nós tudo o que é ruim. Por isso Jesus ficou tão feio na cruz, porque Deus o fez pecado, para que gratuitamente fossemos salvos. A justiça de Deus é nos ajustar à sua vontade! Por isso deixa Deus curar você!

Deus quer nos curar, libertar, nos lavar, Ele quer fazer justiça com os pecadores, para que voltemos a ser como Ele nos fez quando nos criou.

Transcrição e adaptação: Célia Grego




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Padre Alir Sanagiotto, scj
Ordenado sacerdote em 19/09/87 e é membro da Congregação dos padres do Sagrado coração de Jesus. Dedica-se de forma preferencial na escuta, aconselhamento e trabalho psico-espiritual com as pessoas
ANGELICA GOUVEA
Enviado por ANGELICA GOUVEA em 15/03/2010
Reeditado em 15/03/2010
Código do texto: T2139325
Classificação de conteúdo: seguro
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