DESPERTAR pt.1

O quarto estava sozinho, apenas o vento, a luz e a escuridão da noite que afogava os olhos de quem passava.

O vento gritava e proclamava a dor para quem passava, os olhos viravam, apagando todas as viagens, todas as passagens, mas no fim, tudo era uma miragem.

Você sabe da existência, mas perdeu as chaves que tanto guardava quando percebeu que somos todos escravos do nosso próprio mau.

Ele olhou em volta, a música começou a tocar, mas tocava alto, tão alto que seus olhos viraram, os sonhos acabaram, não haviam mais amigos, nem música, nem filme algum, apenas a escuridão, a solidão e mais nada.

Então o filho abriu os olhos, olhou em volta, e ele viu, como o vento que rasga a noite, ele viu a morte, o últimos suspiro, a última sorte. Nós vivemos e morremos e a vida não passa da morte em movimento, como em um projetor de existência, mas ainda estamos dormindo, ainda não atingimos a expanção de nossa consciência. As folhas cairam, os galhos batiam, então os olhos se abriram,mas logo se fecharam ao ver o que tanto amaram, ao ver que tudo não passava de mais um filme.