Dezembro / Janeiro

Eu só queria que você escutasse sobre todo amor que tenho a dizer, mas somente pelo meu olhar você conseguirá entender.

Ela rasgou todas as cartas. Deletou todas as fotos e arrancou gritando a dor todos os porta retratos da parede. Ela se apunhalou, sentiu a angústia e chorou. Ela caminhou descontente na desgraça que muitos achavam graça. Ela mergulhou em todas as tentativas fracassadas e se ajoalha em suas orações suplicando que a livrasse do tedioso sentimento que a fazia desistir de tudo que era bonito. Ela pintou de cinza e cortou as flores do seu mundo. Ela se isolou do universo, se sentiu insignificante e sufocada. Ela sofreu, sorriu na tristeza e mostrou fortaleza. Reconstruiu vários pedaços do seu coração. Venceu o medo de olhar a quem lhe feriu. Se resgatou nas forças ao falar de tudo que lhe feriu e mesmo assim nada morreu. Mesmo com a alma ferida, ela sorriu na grande estrada da vida. O amor a machucou, mas não acabou. Ela desfrutou de outros corpos e se enganou com outros corações. Ela se decepcionou com novas promessas de amor, mas ao deitar o coração que lhe visita, é o mesmo que a machucou um dia.

Vou em busca da felicidade sem extorquir sentimentos. Quero ter o melhor sem raptar os sorrisos e magoar corações. Quero continuar com a sorte na vida, sem causar o azar alheio. Desejo que tudo que venha até a mim seja verdadeiro, pois quem se satifaz as custas das lágrimas do outro, não consegue obter a paz verdadeira.

Renascendo tudo aquilo que em mim estava sombrio. Acreditando que tudo que permanece no meu peito, é verdadeiro. Dedicando-se ao bom egoísmo, dando uma nova chance para o coração. Sem me martilizar com o passado, sem ter medo do futuro. Somente reescrevendo uma página para vida. Para amor. E para nós.

Não é que eu tenha cansado de balada. Apenas cansei de tudo que tenho hoje e amanhã vai embora.

Lute por tudo aquilo que o faça sorrir. Enfrente todos os obstáculos sem medo de errar. Arrisque por quem faça seu coração saltitar. Caminhe sem medo do que vai encontrar. Faça alguém feliz e principalmente seja feliz.

E quando falo dos meus projetos, sempre vejo um olhar irônico, uma atitude sarcástica e uma resposta em tom de deboche. Não me importo se meus sonhos em sua visão é motivo para gozação. Acho graça dessa pequena platéia que tenta com sua cachota, apedrejar os desejos de quem luta por eles. Eu faço por mim , porque me faz uma pessoa melhor. E você? Que corra atrás dos seus e que os conquiste também! Desta forma desvia o seu pensamento de meus verdadeiros devaneios.

Nem todos os dias eu sou arco-íris, às vezes acordo cinza. Nem sempre esbanjo sorrisos, não que eu esteja melancólica, mas tem ocasiões sou tempestades. Não me julgo amarga, mas nas trilhas da vida há momentos que nos isolamos e desejamos cuidar da alma. Todo ser humano tem um lado sombrio. Não, não quero essa escuridão com frequencia em mim, mas é mais forte do que eu. Nos dias nublados, me auto analiso e descubro forças inabaláveis que só a minha fé consegue colorir.

Que nos meus dias eu tenha sabedoria para sorrir diante a falta de alegria que me rodeia. Que eu tenha fé para colorir meus dias e de quem me acompanha. Que nenhuma inveja chegue até a mim e que suma em qualquer caminho sem fim.

Eu me isolo, me fecho e me concentro. Não preciso expor meus sentimentos e planos para aquele que diz ao meu lado estar, mas faz cara feia quando a minha estrela começa a brilhar.

Vontade de rir na cara dessa gente sem graça que anda dizendo que tudo que escrevo é palhaçada.

Me sinto oca de sentimentos. Sem motivos, sem explicação e sem discursos. Sinto um vazio. Não por desacreditar em emoção, mas pelo engano dos corações medíocres no qual já encontrei. Me esgotei. Cansei de ser um alvo para curtição. Parei de derramar sentimentos e não ser reabastecida. Não planejo ser querida mas logo esquecida. Não quero mais ficar pela noite e depois chorar arrependida.

... E se meus olhos fossem azuis como o céu e meu corpo definido como violão, você deixaria eu fazer parte do seu coração? Deixaria eu ser a mulher dos seus sonhos, voando entre seus desejos e pousando em suas emoções? Liberaria um pedaço de sua história, onde eu pudesse registrar todos os nossos traços? Concordaria em me deixar acordar todos os dias ao seu lado? Dividiria as páginas do livro da cabeceira e contaria suas histórias baixinho em meu ouvido? Pois bem, não sou da forma que deseja, mas carrego em mim muito mais do que planeja.

Não gosto desse meu lado desagradável que se defende com medo da dor. Não gosto de ser ríspida mostrando o lado invetado causado pelo sofrimento. Não gosto dessa mania de querer e não transparecer. Não gosto de fingir que não me importo. Não gosto desse meu jeito amargo. E não gosto de mim por não deixar o próximo adoçá-lo.

Quando paramos de nos preocupar com energia negativa de quem não nos suporta, todo mal se transforma em luz e com a nossa fé não desfaz o amor que nos conduz.

Cansei desse mundo de discórdias. Quero continuar na minha vida antisocialmente ativa e me resguardar das más línguas que só sabem invejar.

Às vezes escrevo sobre o amor para calar minha dor. Colocando em letras o curativo na ferida, subindo em sonhos de esperanças para aliviar a tensão. Colorindo a alma com o melhor que existe em mim, mascarando a aflição assustadora que comove meu olhar e transborda em lágrimas. Escrevo sobre o amor para desprender o tumulto que existe em vários pesadelos, liberando a ânsia do querer e aliviando o pesar. Escrevo sobre o amor tranformando a mágoa em letras, eliminando a obsessão do querer. Escrevo sobre o amor para calar as línguas malígnas que soltam em discordias tudo aquilo que não conhecem e nem sabe da minha história.

Gente que é infeliz em certos comentários, a gente ri e mentalmente o chama de otário.

Sei que sou uma mulher inteligente, mas as escolhas que tenho não me tornam inteligente. Devo ter a disciplina de ouvir gritos raivosos e não debater no mesmo tom. É o que esperam de mim, agressividade. Não é que eu tenha que abaixar a cabeça e me tornar covarde, mas silenciando-me mostro a essência da vida pra essa gente infeliz que não conhece a verdade entre sua raiz.

Deixa falar o que quiser. Não se oprima, não se ofenda e não dê ouvidos pra essa gente emocionalmente ralé.

E ao te ver passar, não sinto raiva. Não te desejo mal e até me simpatizo. De longe lhe mando um sorriso, mas no fundo jamais esquecerei o que fez comigo.

E durante minhas pegadas ouço risadas. É meu cabelo, o óculos fora da moda, minha roupa e o que carrego na bolsa. Tudo é motivo para se tornar piada de uma forma sem graça. Eu desconsidero qualquer comentário não construtivo entre meus passos, dias e diários inacabados. Eu não ligo pro que pensam. Já me importei antes, agora eu só quero dar conta das minhas vontades. Chega de seguir tendência, falsificar minhas verdades para agradar. Eu estou numa fase nova. Quero experimentar o mundo a minha volta. E sei que a roupa que uso não diz nada sobre mim. Às vezes nem eu mesma sei quem eu sou pra me julgar, como o outro pode saber? Fantasiar e apontar para o próximo é a satisfação e curiosidade do ser humano. Expor em comentários infelizes e desnecessários vira rotina em sua vida. Se engrandecer em críticas e se manifestar como rei é seu adjetivo principal. É fácil ver no outro o que lhe é falho. Chega. Olhar o próprio umbigo faz bem também. Comentários maldosos eu deixo de lado, não constroem a minha história. Ninguém sabe o que vivo, até porque esse papo todo de desenhar felicidade em rede social comigo não cola. Ser dona do meu nariz vale muito. Ser dona da minha vida vale mais. Interessar pela minha prória estrada, meus anseios e desejos. Buscar o que é melhor pra mim sem observar as faces refletidas em análises invejosas. Porque enquanto você investiga, condena e desaprova meu viver, eu acho divulgo docemente meu sorriso e não utilizo tudo que por você foi dito.

Joyce e Marcely

Reconheço meu jeito bizarro, meu gesto arrogante e minha língua desbocada. Atinjo a frieza de gente que quer se aproximar. E com a minha atitude de despreocupação, grita por dentro seu retrato espalhado pela minha alma. Mesmo que eu não queira aceitar, sinto sua assência ao acordar. Em silêncio, sigo seus passos misteriosos e me machuco ao descobrir que por mim seu coração se cala. Friamente meu olhar se lança ao seu. O medo é imenso, a arrogância vira rotina e me traz uma saudade felina. Coração esquartejado de muitas guerras se aprisiona. Meu espírito harmonioso se assusta com qualquer carinho recebido diante do sol que nasce. Os pés calejados de tanto enfrentar as trilhas mentirosas, se acalmam no seu colo estranho. Não sou a metade da mulher que conhece, sou sentimento, sou paz e sou cuidado. Sou séria ao acordar, mas adoro carinho ao me deitar. A proteção persistente me afasta novos amores e me dispara para a solidão. Sem me conhecer e sem me amar muitos homens não querem se aproximar, apenas por esse estilo rude que eu não consigo evitar.

Nunca deixe de viver por alguém que não se importou em ser feliz sem você.

E quando o passado insano sem amor reaparece, é uma forma de esconder a sua dor por falta de amor.

Enquanto você fica com essa pose de madame com a alma infeliz, eu ando descalça sem direção com a fé no coração.

Não gosta de mim? É um direito seu! Me atacar? Um tempo perdido que não é meu!

Cansei de seguir certos amores que só sabem debochar das minhas dores.

Todo louco é inteligente. Alguns não agem na inteligência, mas a maioria não mente pra muita gente.

Defesa não quer dizer "coração de pedra". Eu tenho muito de mim para viver, sonhar e crescer. Não quero me apaixonar por qualquer sorriso e me glorificar com qualquer mão colada com a minha. Não sou objeto e não faço ninguém de objeto. Apenas deslumbro minha energia em sensação positiva. Não choro dores de amores pelos cantos, não vivo de enganos, não me engano e não enganarei nenhum coração perdido como eu. Eu vivo livre, eu vivo bem e vivo feliz.

E com esse sorriso simulado você sobrevive. Desprotegeu todos aqueles que nunca exitaram em estender a mão. Você desenraizou sua essência, cuspiu para quem lhe sempre sorriu e ignorou aquele que sempre te amou. Você se encantou por um brilho maléfico. E esse brilho se deslumbra pela superficialidade na qual você caminha. Você fantasiou e se emocionou. Viver na ilusão era caminhar ao lado da emoção na contra mão. Você sabe de toda verdade, você acordou e enxergou. Tento se livrar e chegou muito perto de se libertar, mas a sedução de um podre coração fez com quem você mudasse todos os seus sentidos e continuasse a caminhar no meio do desperdício. Sim, desperdício de tempo, desperdício de vida e desperdício de felicidade. Você até sonhou com o passado e foi visitá-lo para confirmar o que sente. Você foi até em outros encontros para o desencontro do seu grande engano. Você foi até o paraíso ilusionário e com feridas pisou na terra apedrejada. Você chora de dor, mas se emociona no disfarce do amor. Você continua no mar de tristeza por comodismo e medo, se sente covarde em enfrentar o mundo que abandonou e reencontrar as pessoas que você magoou. Você remanesce com a incerta euforia. Você caminha desengando o seu interior, mas persiste em caminhar ao lado de uma mentira emocional carregado de dor no seu espiritual. Você caminha sem noção com marcas de sangue no coração.