E depois?
_ E depois? O que eu faço? – ela me perguntou. Seus olhos mal conseguindo conter as lágrimas, seu peito arfando por ter de suportar uma dor que me era tão familiar. E eu dei o conselho que fazia parte de mim desde que aprendi a me defender.
_ Depois você sobrevive. Mesmo que sinta que tudo dentro de você está morto, você sobrevive. Mesmo que não acredite no futuro, nas pessoas, mesmo que sinta como se o seu coração estivesse oco. É a única coisa que você pode fazer. Seguir em frente. Faz a dor ir embora mais rápido. Ou a ignora. Ninguém precisa saber se você é uma bagunça por dentro. E, afinal, o mundo real continua a girar mesmo enquanto o seu desmorona.